Militares russos conseguiram, neste domingo, um cessar fogo na cidade síria de Hassake (nordeste) entre a milícia curda e as forças do regime, após violentos combates, explicou à AFP uma fonte militar.
Após 48 horas de negociações na cidade vizinha Qamichli, os protagonistas acordaram pôr fim aos combates para permitir a evacuação de mortos e feridos, além de voltar às posições militares prévias e permitir as negociações, precisou essa fonte.
As forças curdas conseguiram avançar na cidade, que também dá seu nome a esta província do nordeste da Síria, obrigando as milícias pró-governo a saírem em retirada.
Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH) e um jornalista local que trabalha para a AFP, após violentos confrontos na noite de sábado, as forças curdas avançaram nos bairros controlados pelo regime no sul da cidade, An Nashua e Az Zuhur. Os milicianos curdos também ganhavam posições em outro bairro do sul, Gweiran, segunda uma fonte curda.
Após o acordo, sete posições tomadas pelos curdos voltaram para as mãos do exército, ainda que outras três tenham ficado em seu poder, constatou um jornalista da AFP.
Os aviões do regime sobrevoaram, sem bombardear, esta cidade agora amplamente controlada pelos curdos.
Esta semana iniciou-se um novo episódio nesta guerra – que já dura cinco anos – com o bombardeio, pela primeira vez, por parte dos aviões do regime sobre posições curdas em Hassake.
Estes bombardeios provocaram, também pela primeira vez, uma intervenção direta dos aviões da coalizão liderada pelos Estados Unidos, para “proteger” suas forças especiais que assessoram os combatentes curdos. Entretanto, não houve confronto direto entre ambas as partes.
Segundo o OSDH, os combates entre curdos e forças do regime causaram, desde quarta-feira, 43 mortes, entre elas a de 11 crianças. Milhares de pessoas abandonaram a cidade.
Segundo o Almasdarnews, um site pró-regime, os combates foram retomados no sábado à tarde depois do fracasso inicial de uma mediação de militares russos.
Os russos são aliados do regime sírio, e os apoiam militarmente.
Os curdos da Síria – 15% da população – se autoproclamaram em março uma “região federal”, com a aspiração de unir em somente um território as regiões que controlam no norte da Síria.
Os combatentes curdos se converteram, sobretudo para Washington, na força mais eficaz para lutar contra os extremistas do grupo Estado Islâmico.