Um tribunal russo condenou a um ano e meio de prisão, nesta quinta-feira (03), um homem que havia exibido cartazes de denúncia contra a ofensiva na Ucrânia, mais um exemplo da repressão às vozes críticas na Rússia.

Dmitri Skurikhin, um empresário de 48 anos, foi condenado por “desacreditar” o Exército repetidamente, informou o tribunal distrital de Lomonosov, da região de Leningrado, ao noroeste.

O advogado Dmitri Gerasimov disse à AFP que seu cliente permaneceu “inflexível” e “muito corajoso” apesar da condenação.

“Não achou que fosse ser preso”, afirmou, acrescentando que apelará da sentença.

O primeiro processo criminal aberto contra Skurikhin foi em setembro de 2022, depois de ele pendurar cartazes contra a ofensiva russa na Ucrânia na fachada de seu estabelecimento, de acordo com as ONGs russas OVD-Info e Memorial. Essas duas organizações de defesa dos direitos humanos também são vítimas da repressão na Rússia.

Já o segundo processo foi aberto em fevereiro de 2023, por carregar uma faixa que dizia “Ucrânia, perdoe-nos!”.

Skurikhin também postou um vídeo no Telegram em protesto contra a guerra e contra o presidente russo, Vladimir Putin.

Pai de cinco filhas, “ele mantém há muitos anos uma postura de oposição e antiguerra coerente e inegociável e, por isso, tem sido alvo de pressões e de uma repressão”, disse a ONG Memorial, que o considera um “preso político”.

A Rússia experimenta há anos uma onda de repressão que se intensificou após o início da ofensiva na Ucrânia, em fevereiro de 2022.

Quase todas as principais figuras da oposição foram presas, ou estão exiladas.

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