18/09/2016 - 10:34
Os russos votavam neste domingo em eleições legislativas nas quais é aguardada uma vitória do partido pró-Kremlin, após uma campanha eleitoral sem emoção, e apesar da recessão econômica vivida pelo país.
Às 11h00 (04h00 de Brasília), a participação em nível nacional superava 10%, segundo a comissão eleitoral central. No total, mais de 110 milhões de russos estão convocados às urnas, que abriram no sábado às 20h00 GMT (17h00 de Brasília) na península vulcânica de Kamchatka e às 05h00 GMT (02h00 de Brasília) na parte europeia do país, especialmente em Moscou e São Petersburgo.
As primeiras pesquisas de boca de urna são esperadas a partir das 18h00 GMT (15h00 de Brasília), quando os centros eleitorais fecharão em Kaliningrado, um enclave russo dentro da União Europeia.
“A campanha eleitoral não teve nenhum interesse. Prometem muito, mas nada muda”, lamentava Alexander, em Moscou. Este aposentado disse ter votado, apesar de tudo, “para que outros não escolham” por ele.
Em São Petersburgo, Dimitri Pribytkov, de 47 anos, considerava que estas são eleições “absolutamente previsíveis”. “É meu país e tenho que expressar meu ponto de vista. Ao menos, me pedem… formalmente, de qualquer forma”.
Estas eleições chegam num momento de profunda crise econômica na Rússia, provocada pela queda dos preços do petróleo e pelas sanções ocidentais consecutivas ao conflito na Ucrânia. Trata-se do período de recessão mais longo desde a chegada de Vladimir Putin ao poder, em 1999.
O contexto político também é excepcional, já que são as primeiras eleições em escala nacional desde a anexação da península da Crimeia, em 2014, e do início do conflito no leste separatista do país.
Putin, com uma popularidade próxima a 80% após a anexação, e seu partido Rússia Unida, que controlam o Parlamento, partem como favoritos. Uma vitória nas legislativas seria o passo anterior a um possível quarto mandato de Putin nas presidenciais de 2018, se finalmente se apresentar.
Além das legislativas (com mais de 6.500 candidatos de 14 partidos que brigam por 450 assentos na Duma Estatal, a câmara baixa do Parlamento), os eleitores também estão convocados a votar em alguns parlamentos e governadores regionais.
É o caso do presidente da Chechênia, Ramzan Kadyrov, que pela primeira vez enfrenta as urnas desde que o Kremlin o nomeou, em 2007.
Diferentemente das legislativas de setembro de 2011, denunciadas como fraudulentas pelos centenas de milhares de manifestantes que foram às ruas protestar, nesta ocasião o Kremlin parece querer dar mais transparência ao processo eleitoral.