A Rússia não dispõe de recursos suficientes para reajustar pensões de acordo com a inflação e não conseguirá cumprir a meta de déficit fiscal estabelecida para 2016 pelo presidente Vladimir Putin, afirmou hoje o primeiro-ministro do país, Dmitry Medvedev.

Com a aproximação das eleições parlamentares russas, marcadas para setembro, integrantes do partido governista Rússia Unida citaram a possibilidade de um segundo aumento nas pensões este ano. No entanto, Medvedev, que é líder do partido, rechaçou essa hipótese.

Afetada pela queda nos preços do petróleo e por sanções do Ocidente, a economia da Rússia entrou em recessão, ao mesmo tempo em que a inflação disparou. Em 2015, os preços ao consumidor saltaram 12,9%, registrando o maior aumento desde 2008, mas a Rússia elevou as pensões em apenas 4% no começo do ano.

Segundo analistas, o fato de que não haverá um segundo ajuste é uma boa notícia para o Banco da Rússia e a economia, uma vez que, na falta de novas pressões inflacionárias, o BC russo terá espaço para reduzir taxas de juros.

Medvedev anunciou que os pensionistas, cujos vencimentos mensais equivalem a cerca de US$ 187 em média, receberão um pagamento extraordinário de 5.000 rublos (US$ 77) em janeiro de 2017. Além disso, as pensões serão ajustadas em linha com a inflação de 2016, que deverá atingir mínima recorde em torno de 6%, disse o premiê.

Neste ano, o déficit fiscal russo ultrapassará 3% do Produto Interno Bruto (PIB), teto que foi estipulado por Putin, acrescentou Medvedev. Fonte: Dow Jones Newswires.