As milícias curdas na Síria receberão treinamento militar das forças russas após a assinatura de um acordo entre as duas partes, anunciou nesta segunda-feira à AFP um porta-voz das Unidades de Proteção do Povo Curdo (YPG).

“É o primeiro acordo desse tipo” entre as forças curdas da Síria e a Rússia, aliada do regime de Bashar al-Assad, contra os rebeldes e os extremistas islâmicos, informou Redur Xelil.

“Em virtude do acordo assinado ontem (domingo) entre as nossas unidades e as forças russas que operam na Síria (…) vamos ser treinados em táticas militares modernas”, acrescentou.

O treinamento começará “em breve em um campo em Afrine”, na província de Aleppo (norte), disse Xelil.

A Rússia não confirmou oficialmente este anúncio, mas assegurou em um comunicado sua presença em Afrine, uma das três áreas semi-autônomas curdas na Síria.

De acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), cerca de uma centena de soldados russos entraram na região de Afrine.

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Esta cooperação “é um passo positivo no contexto da luta contra o terrorismo”, afirmou o porta-voz das YPG, o principal grupo armado curdo no país.

Na guerra contra o Estado Islâmico (EI), os curdos tradicionalmente recebem apoio dos Estados Unidos, que, entretanto, declarou que as forças curdas que receberão este treinamento são diferentes daquelas que colaboram com Washington.

“Os curdos que receberão o apoio dos russos são os curdos de Afrine e não são aqueles com quem temos trabalhado”, indicou o porta-voz do Pentágono, Jeff Davis.

“Alguns (curdos) trabalham com a gente através das Forças Democráticas Sírias (coalizão árabe-curda, FDS) para combater o EI, outros não. Apoiamos aqueles que trabalham com a gente contra o EI”, ressaltou.

De acordo com o porta-voz, as YPG que têm colaborado com os americanos “estão presentes sobretudo no leste do Eufrates”. A região de Afrine está localizada a oeste do rio.


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