MOSCOU, 31 JAN (ANSA) – A Rússia é palco neste domingo (31) de mais um dia de protestos contra a prisão do líder de oposição Alexei Navalny, que foi detido em 17 de janeiro, logo após retornar da Alemanha, onde passou cinco meses se recuperando de um envenenamento.

De acordo com a ONG OVD-Info, mais de 4,5 mil manifestantes já foram presos pela polícia, sendo mais de dois mil só em Moscou. Entre os detidos está a esposa de Navalny, Yulia Navalnaya, que seguia com um grupo de apoiadores para a prisão de Moscou onde o opositor está encarcerado.

A polícia montou bloqueios no centro da capital para evitar a concentração de manifestantes e diz que os protestos não têm autorização. Em São Petersburgo, os agentes lançaram gás lacrimogêneo e também abordaram jornalistas que cobriam os atos.

Em seu perfil no Twitter, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, condenou o “uso persistente de táticas severas contra manifestantes pacíficos e jornalistas pelas autoridades da Rússia pela segunda semana seguida”.

“Renovamos nosso apelo para que a Rússia liberte as pessoas detidas por exercitar seus direitos humanos, incluindo Alexei Navalny”, disse o chefe da diplomacia americana. Já Moscou acusou os EUA de interferir em assuntos internos.

“As interferências grosseiras dos Estados Unidos nas questões internas da Rússia são um fato provado, assim como a promoção de notícias falsas nas plataformas controladas por Washington”, diz uma nota do Ministério das Relações Exteriores russo.

Navalny é acusado de violar os termos de uma condenação suspensa (regime no qual o réu pode continuar em liberdade sob determinadas condições) por fraude imposta em 2014 e que já o impediu de disputar a Presidência contra Vladimir Putin. (ANSA).