Rússia segue disposta a dialogar com Ucrânia após declarações de Trump

O Kremlin garantiu, nesta terça-feira (15), que continua disposto a negociar com a Ucrânia, mas que precisa de tempo para responder às declarações “sérias” do presidente americano, Donald Trump, que deu à Rússia 50 dias para encerrar o conflito e prometeu armas a Kiev.

Na segunda-feira, Donald Trump deu à Rússia um ultimato de 50 dias para encerrar sua ofensiva na Ucrânia, lançada em 2022, sob pena de sanções severas.

Ele também declarou que equipamentos militares, pagos por membros europeus da Otan, seriam enviados à Ucrânia.

“As declarações do presidente Trump são muito sérias. É claro que precisamos de tempo para analisar o que foi dito em Washington e, se ou quando o presidente Putin considerar necessário, ele se pronunciará”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, a repórteres.

“Parece que esta decisão tomada em Washington, nos países da Otan e diretamente em Bruxelas, será recebida por Kiev não como um sinal de paz, mas como um sinal para continuar a guerra”, criticou.

Dmitri Peskov afirmou que a Rússia aguarda “propostas do lado ucraniano” para uma terceira rodada de negociações, após duas sessões infrutíferas em Istambul.

“Seguimos dispostos”, declarou ele durante sua coletiva de imprensa diária, com a presença da AFP.

Desde seu retorno à Casa Branca, em janeiro, Donald Trump tenta pressionar Moscou e Kiev a chegarem a um acordo de paz.

Durante sua campanha eleitoral, ele afirmou que poderia encerrar o conflito muito rapidamente, sem nunca explicar como faria isso.

Após multiplicar seus gestos de reaproximação com Vladimir Putin, Trump mudou de tom nas últimas semanas, expressando sua frustração.

Ele se declarou “decepcionado” com o presidente russo, que rejeitou propostas de cessar-fogo na Ucrânia.

“Eu pensava que teríamos um acordo há dois meses, mas parece que não está acontecendo”, disse ele na segunda-feira na Casa Branca, ao lado do secretário-geral da Otan, Mark Rutte.

Sem um acordo em 50 dias, os Estados Unidos introduzirão “tarifas secundárias”, ou seja, contra os aliados de Moscou, ameaçou o presidente americano.

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