A Rússia representa uma “ameaça duradoura” para a segurança da Europa, declarou nesta sexta-feira (11) o chefe de Estado-Maior da França, Thierry Burkhard, dias antes de o presidente Emmanuel Macron fazer “anúncios importantes” em matéria de defesa.
Durante uma coletiva de imprensa pouco comum, Burkhard mencionou as ameaças e as “crises que se multiplicam” no mundo, e afirmou que a Rússia identificou a França como “sua principal rival na Europa” por seu apoio à Ucrânia.
Suas declarações acontecem enquanto Macron se prepara para fazer no domingo “anúncios importantes” sobre defesa e seu financiamento, na véspera da festa nacional francesa de 14 de julho, segundo a presidência francesa.
“Devemos estar preparados para gerenciar o mundo tal como é hoje”, ressaltou o alto oficial militar, dizendo-se contra “não fazer nada” com a esperança de ver um retorno a uma ordem internacional mais estável.
Por a França ser uma potência nuclear, Bukhard descartou um “ataque direto e pesado” em seu território, mas considerou que a Rússia possui “muitas outras opções” híbridas, como atos de desinformação, ciberataques ou espionagem, entre outras.
Os países da Otan se comprometeram em sua recente cúpula em Haia a destinar 5% de seu PIB nacional à defesa até 2035: 3,5% em gastos militares estritos e 1,5% em segurança em um sentido amplo.
Na França, sua Lei de Programação Militar prevê 413 bilhões de euros (2,7 trilhões de reais) para as forças armadas entre 2024 e 2030, com aumentos orçamentários anuais de 3 bilhões de euros (19,5 bilhões de reais).
No entanto, os cofres públicos da segunda economia da União Europeia enfrentam uma situação difícil, com um déficit público de 5,8% do Produto Interno Bruto e uma dívida pública de 114% do PIB.
O primeiro-ministro francês, François Bayrou, deve apresentar na terça-feira as linhas gerais do orçamento para 2026, com a meta, já anunciada, de 40 bilhões de euros (260,6 bilhões de reais) em cortes.
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