Um tribunal russo rejeitou, nesta segunda-feira (31), o recurso do opositor Vladimir Kara-Murza, contra uma sentença de 25 anos de prisão por criticar a ofensiva na Ucrânia.

Kara-Murza recebeu a sentença mais dura contra um opositor do governo na história recente da Rússia, atraindo críticas de várias potências ocidentais.

“O veredito do tribunal da cidade de Moscou de 17 de abril se mantém sem alterações”, estimou o tribunal de apelação, segundo agências de notícias estatais russas.

Kara-Murza, de 41 anos, foi condenado por várias acusações, incluindo alta traição por espalhar informações “falsas” sobre o Exército.

Ele sofre de uma doença do sistema nervoso chamada polineuropatia, que seus advogados dizem ser decorrente de duas tentativas de envenenamento – uma em 2015, e a outra, em 2017. E sua saúde piorou na prisão, conforme seus advogados.

Kara-Murza defendeu, nos Estados Unidos e em países europeus, que se imponham sanções contra funcionários russos de alto escalão.

Em suas últimas declarações públicas, Kara-Murza defendeu suas posições políticas, incluindo em relação à ofensiva russa na Ucrânia.

“Não só não me arrependo de tudo isso, como estou orgulhoso”, disse ele.

A maioria dos opositores políticos do Kremlin fugiu do país, ou está presa.

O Reino Unido respondeu nesta segunda-feira com sanções contra “figuras-chave envolvidas na sentença deplorável”. Os sancionados foram três juízes, dois procuradores e uma testemunha.

O chanceler britânico, James Cleverly, pediu a libertação imediata de Kara-Murza.

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