O Banco Central da Rússia reduziu, nesta sexta-feira (12), sua taxa de juros principal, mas alertou que a inflação continuava alta demais, em meio a crescentes temores de uma desaceleração econômica após gastos excessivos na ofensiva na Ucrânia.
A economia russa está desacelerando rapidamente, o que provocou alertas de que poderia estar se encaminhando para uma recessão ou estagnação, após dois anos de sólido crescimento em que Moscou aumentou os gastos militares para financiar sua campanha.
“Estamos vivenciando um arrefecimento, ou seja, uma desaceleração do crescimento econômico. Isto é natural após um superaquecimento”, afirmou a governadora Elvira Nabiullina ao anunciar uma redução dos custos de financiamento de 18% para 17%.
O banco afirmou, nesta sexta-feira, que espera que a economia cresça apenas 1% em 2025, em comparação com mais de 4% no ano passado.
O gasto do governo russo aumentou mais de dois terços desde o início da ofensiva na Ucrânia, e o gasto militar representa quase 9% do PIB, segundo o presidente Vladimir Putin.
Isto ajudou Moscou a evitar as previsões de que as sanções ocidentais colapsariam sua economia, mas provocou um aumento da inflação.
O banco está reduzindo gradualmente as taxas de juros de 21%, a mais alta em duas décadas.
No entanto, a inflação ainda está acima de 8%, mais do que o dobro do objetivo oficial do governo, e o banco alertou que os aumentos de preços podem continuar nos próximos meses.
O banco destacou como motivo de preocupação especial o aumento dos preços da gasolina, como consequência dos ataques ucranianos às refinarias russas.
As empresas estão há meses pedindo ao banco central que reduza as taxas de juros, que, segundo elas, estão prejudicando a economia e freando os investimentos.
bur/rl/hgs/meb/rm/aa