MOSCOU, 9 DEZ (ANSA) – Apesar da suspensão da Rússia de todos os torneios esportivos internacionais por conta de um escândalo de doping, o país poderá participar sob bandeira neutra da Copa do Mundo de 2022, no Catar, informou nesta segunda-feira (9) a Agência Mundial Antidoping (Wada).   

A Wada determinou que a Rússia não poderá organizar ou disputar o direito de sediar torneios internacionais por quatro anos. O veto também atinge funcionários do governo e dos comitês olímpico e paralímpico do país.   

Com isso, a Rússia não participará dos Jogos Olímpicos de 2020, em Tóquio, nem das Olimpíadas de Inverno de 2022, em Pequim.   

Além da Copa do Mundo, o país foi autorizado para receber as partidas da Eurocopa de 2020 e a final da Liga dos Campeões em 2021, informou Vyacheslav Koloskov, presidente honorário da União de Futebol da Rússia (RFU).   

A cidade de São Petersburgo sediará as duas competições. A próxima edição da Euro acontecerá em junho de 2020 e a Rússia receberá três jogos da fase de grupos e outro das quartas de final. Já a decisão da Champions está prevista para acontecer em maio de 2021.   

“Essa decisão não afeta de forma alguma a realização dos jogos da Euro 2020 e a final da Liga dos Campeões. A decisão da Agência Mundial Antidoping (Wada) não anula a decisão da Uefa.   

Não há razões para isso”, disse Koloskov em entrevista à agência “Interfax”.   

O chefe da agência antidoping russa Rusada, Yuri Ganus, afirmou que a suspensão é uma “tragédia” e que o país “não tem chance” de reverter nos tribunais a decisão da Wada. Ele ainda pediu para o presidente da Rússia, Vladimir Putin, trocar os líderes esportivos da nação.   

Ganus ainda confirmou que diversos atletas russos estão pensando em deixar o país para conseguir competir nos eventos.   

Segundo a agência de notícias “Tass”, o primeiro-ministro russo, Dmitry Medvedev, disse em uma reunião com os vice-primeiros-ministros que a Rússia deve “contestar” a decisão da Wada.   

O escândalo de doping estoutou em 2015, quando a Rússia foi acusada de patrocinar uma rede de fornecimento de substância ilícitas para atletas e de fraudes em exames. Por conta disso, acabou proibida de participar das provas de atletismo das Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro.   

Mais tarde, descobriu-se um esquema de doping nos Jogos de Inverno de 2014, em Sóchi, e o país não pôde participar da edição seguinte do torneio, em PyeongChang, em 2018. Na ocasião, atletas da Rússia que comprovaram inocência até conseguiram competir, mas sem o hino, a bandeira e as cores nacionais.   

Da mesma forma, quem não estiver envolvido em irregularidades poderá participar das próximas Olimpíadas, porém sob bandeira do Comitê Olímpico Internacional (COI).   

Sede da última Copa do Mundo, a Rússia não se classificou para a próxima edição da Eurocopa. (ANSA)