As autoridades russas ordenaram o fechamento, a partir desta quinta-feira (14), do premiado Museu da História do Gulag de Moscou, dedicado às vítimas da repressão da era soviética.

O fechamento foi oficialmente justificado por supostas violações das normas de segurança contra incêndio, mas ocorre em meio a uma intensa campanha do Kremlin contra a sociedade civil independente e aqueles que questionam a interpretação oficial da história.

“A decisão de suspender temporariamente as atividades do museu estatal do gulag foi tomada por razões de segurança”, afirmou o Departamento de Cultura da cidade de Moscou.

O museu removeu o conteúdo de seu site, substituindo-o por um anúncio sobre o fechamento “temporário”.

A instituição se recusou a fazer comentários quando foi procurada pela AFP nesta quinta-feira.

Fundado em 2001, o museu no centro de Moscou reúne documentos oficiais do Estado, além de fotografias de família e artefatos de vítimas do gulag.

As autoridades de Moscou informaram que 46.000 pessoas o visitaram durante os primeiros nove meses do ano.

O gulag foi uma vasta rede de campos de trabalho prisional estabelecidos na União Soviética.

Milhões de supostos traidores e inimigos do Estado foram enviados para estes locais, muitos deles para a morte, no que os historiadores reconhecem como um período de repressão política em larga escala.

O Conselho da Europa concedeu ao local seu Prêmio de Museu em 2021, ao destacar que trabalhava para “expor a história e ativar a memória, com o objetivo de fortalecer a resiliência e a resistência da sociedade civil à repressão política e às violações dos direitos humanos, tanto hoje quanto no futuro”.

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