O Kremlin declarou, nesta quarta-feira, que não vê “qualquer perspectiva de normalização” de suas relações com Washington – em seu pior nível desde a Guerra Fria -, mas disse estar “aberto ao diálogo” com o presidente Donald Trump após as eleições, que terminaram com um Congresso dividido.
“Não vemos no horizonte qualquer perspectiva promissora de normalização nas relações russo-americanas. Mas isso não significa que não queiramos o diálogo”, disse aos jornalistas o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.
“Enfrentamos muitos problemas que exigem comunicação entre Rússia e Estados Unidos, problemas de estabilidade estratégica, de controle de armamento. Sem diálogo, esses problemas não se resolverão sozinhos”, acrescentou.
As relações entre Moscou e Washington atravessam um período de tensão pelos conflitos na Síria, na Ucrânia, ou pelas suspeitas de ingerência da Rússia na eleição presidencial americana de 2016. Os russo negam categoricamente.
Sobre o resultado das eleições de meio de mandato nos Estados Unidos, nas quais a oposição democrata recuperou a Câmara de Representantes, e os republicanos mantiveram o Senado, Peskov disse que é provável que isso “complique um pouco mais” as relações entre Moscou e Washington.
“Se é melhor, ou pior, são os americanos que têm de decidir. Não temos nenhuma vontade de nos intrometer”, assegurou.
“O presidente Putin tem um homólogo, o presidente Trump. Isso é tudo. São eles que devem continuar dialogando”, acrescentou.
Vladimir Putin e Donald Trump poderão se reunir durante a cúpula do G20 em Buenos Aires, que acontece em 30 de novembro e 1º de dezembro.