O Kremlin afirmou nesta quinta-feira que não tem “razões para crer” na veracidade do testemunho de Yulia Skripal, envenenada com seu pai, ex-agente duplo russo, em março, na Inglaterra, estimando que o mesmo poderia ter ocorrido “sob pressão”.

“Nós não temos nenhuma razão para acreditar. Não sabemos como Yulia Skripal está, não sabemos se fez essas declarações de ‘motu proprio’, ou sob pressão”, declarou a repórteres o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.

“Não sabemos onde está, em que condições, nem se seus direitos estão sendo respeitados e em que medida tem a possibilidade de agir”, continuou Peskov, chamando o caso Skripal de “provocação sem precedentes internacional”, liderada pela Grã-Bretanha contra a Rússia.

Yulia Skripal, de 33 anos, apareceu na quarta-feira à noite em um vídeo da agência Reuters afirmando querer voltar para a Rússia depois de restabelecida.

A jovem, que tem uma grande cicatriz em seu pescoço, sorri para a câmera e se expressa em russo, agradecendo aos diplomatas russos, mas diz que atualmente não está pronta para aceitar a ajuda da embaixada de seu país.

Moscou insiste que diplomatas russos tenham acesso a Yulia Skripal, para garantir que “ela não seja mantida contra sua vontade e não faça declarações sob ameaça”.

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A mulher, que está sob a proteção das autoridades britânicas, foi envenenada em 4 de março na Inglaterra com um agente neurotóxico, quando estava com seu pai, Serguei Skripal, um ex-agente duplo que já deixou o hospital.

Serguei Skripal é um ex-coronel dos serviços de inteligência das Forças Armadas russas. Ele foi acusado de “alta traição” por vender informações aos serviços britânicos e condenado em 2006 a 13 anos de prisão.

Em 2010, beneficiou de uma troca de prisioneiros entre Moscou, Londres e Washington e se estabeleceu na Inglaterra.

O ataque contra o Skripal causou uma grave crise diplomática entre Londres e seus aliados ocidentais com Moscou, a quem é responsável pelo mesmo.


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