ISTAMBUL, 1 AGO (ANSA) – Estados Unidos, Rússia e mais cinco países efetuaram nesta quinta-feira (1º) uma troca de 26 prisioneiros coordenada pelos serviços secretos da Turquia, incluindo o repórter Evan Gershkovich, do jornal americano The Wall Street Journal.

Além das duas potências nucleares, a iniciativa também englobou Alemanha, Belarus, Eslovênia, Noruega e Polônia, segundo a presidência turca.

“Os prisioneiros foram transportados à Turquia em sete aviões, sendo dois dos EUA e os outros de Alemanha, Polônia, Eslovênia, Noruega e Rússia”, diz um comunicado divulgado por Ancara.

“Hoje três cidadãos americanos e um com green card injustamente condenados na Rússia estão finalmente voltando para casa. O acordo que conseguiu sua liberdade é um feito diplomático”, celebrou o presidente dos EUA, Joe Biden.

“No total, negociamos a soltura de 16 pessoas pela Rússia, incluindo cinco alemães e sete russos que eram prisioneiros políticos”, acrescentou.

Por sua vez, a diretora do WSJ, Emma Tucker, celebrou “um dia de alegria pelo retorno de nosso colega Evan Gershkovich”, que havia sido detido sob a acusação de espionagem, algo que ele sempre negou.

A lista também inclui o ex-fuzileiro naval americano Paul Whelan, condenado por Moscou a 16 anos de prisão por espionagem.

As autoridades russas ainda soltaram os dissidentes Vladimir Kara-Murza, Ilya Yashin, Andrei Pivovarov, Lilia Chanysheva, Ksenia Fadeeva, Kevin Lik, Demuri Voronin, Vadim Ostanin, Patrick Schobel e Herman Moyzhes; a jornalista russo-americana Alsu Kurmasheva; o ativista e coordenador da ONG de direitos humanos, Oleg Orlov; e a artista Aleksandra Skochilenko, presa por criticar a guerra na Ucrânia.

Muitos desses prisioneiros eram ligados ao líder opositor Alexey Navalny, morto por um suposto mal súbito em uma colônia penal na Sibéria no início do ano.

Já Belarus entregou o médico alemão Rico Krieger, que havia sido condenado à morte por terrorismo e depois perdoado pelo ditador Aleksandr Lukashenko.

A lista de libertados pelos países ocidentais inclui Vadim Krasikov, suposto ex-agente de inteligência condenado à prisão perpétua na Alemanha sob a acusação de matar um ex-comandante separatista checheno; Artyom e Anna Dultseva, sentenciados na Eslovênia por espionar para Moscou; Mikhail Mikushin, espião que estava detido na Noruega; e Roman Seleznev, suposto hacker condenado a 27 anos de cadeia nos EUA.

Trata-se da maior e mais complexa troca de prisioneiros envolvendo EUA e Rússia desde a Guerra Fria. (ANSA).