Rússia intensifica ataques de longo alcance contra Ucrânia, segundo análise da AFP

A Rússia intensificou seus ataques de longo alcance contra a Ucrânia em setembro, segundo uma análise da AFP publicada nesta quarta-feira (1º), em meio a um congelamento nas negociações de paz e violações do espaço aéreo europeu atribuídas a Moscou.

De acordo com uma análise de relatórios diários da Força Aérea ucraniana, a Rússia lançou 5.638 drones de longo alcance e 185 mísseis contra a Ucrânia em ataques noturnos durante setembro, representando um aumento de 36% em relação ao mês anterior.

Em agosto, os bombardeios haviam diminuído em um terço em comparação a julho, à medida que os esforços diplomáticos se intensificavam para encerrar a invasão russa à Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022.

O presidente dos EUA, Donald Trump, recebeu seu homólogo russo, Vladimir Putin, no Alasca (Estados Unidos) em meados de agosto, na esperança de um diálogo frutífero, mas a reunião não produziu avanços.

A Rússia chegou a indicar em setembro que as negociações de paz com a Ucrânia estavam “pausadas”, enquanto o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, afirmou que o objetivo de Moscou continua sendo “ocupar toda a Ucrânia”.

Além disso, em setembro, a Rússia lançou um número recorde de 810 drones contra a Ucrânia na madrugada de 6 para 7.

Este bombardeio massivo atingiu a sede do governo ucraniano no centro de Kiev, um evento sem precedentes desde o início da guerra.

A Força Aérea ucraniana relatou ter abatido ou interceptado 87% dos drones russos e 68% dos mísseis durante esses ataques noturnos em setembro.

Para combater esses ataques, a Ucrânia utiliza caças, helicópteros, unidades móveis de defesa aérea, bloqueadores eletrônicos e drones interceptadores.

Ao mesmo tempo, Kiev iniciou conversas com membros da Otan sobre o compartilhamento de experiências na derrubada de drones russos, após uma série de violações do espaço aéreo por países da Otan atribuídas à Rússia, o que Moscou nega.

A Rússia ataca a Ucrânia todas as noites desde 10 de maio, após o fim de uma “trégua” de três dias anunciada por Putin, que coincidiu com um grande desfile militar na Praça Vermelha de Moscou.

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