O opositor russo Alexei Navalny, condenado esta semana a quase três anos de prisão, começou a ser julgado novamente nesta sexta-feira (5) em Moscou por difamação. Navalny compareceu à audiência e ficou na cela de vidro reservada aos detidos.

O ativista anticorrupção foi acusado de divulgar informações “falsas” e “caluniosas” sobre um ex-combatente da Segunda Guerra Mundial que defendeu em um vídeo o referendo que deu mais poderes ao presidente Vladimir Putin no ano passado.

Navalny chamou as pessoas que discursaram no vídeo de “vergonha para a nação” e de “traidores”.

O opositor, que pode ser condenado a pagar uma multa ou a uma pena de prisão, afirma que o processo é uma manobra política.

Navalny virou uma pedra no sapato para o Kremlin e um grande inimigo de Putin. Na terça-feira ele foi condenado por não ter respeitado um controle judicial que data de 2014.

O ativista, que passou vários meses na Alemanha em recuperação depois de ter sido envenenado na Rússia, acredita que o Kremlin, que acusa de tentativa de assassinato, deseja silenciá-lo a qualquer custo.

Navalny foi detido em 17 de janeiro, depois de retornar à Rússia a partir da Alemanha. A prisão provocou grandes manifestações nas principais cidades do país, que resultaram em quase 10.000 detenções.

Na quinta-feira à noite, o opositor pediu a seus partidários que “superem o medo” e libertem a Rússia dos “ladrões”.