O Pentágono reconheceu, nesta sexta-feira (9), a ajuda dada pela Rússia para acalmar as tensões no sul da Síria, depois que um avião americano derrubou um drone de combate aliado do governo de Bashar al-Assad, o qual havia disparado contra as forças da coalizão internacional.

No primeiro evento desse tipo, o drone pró-Damasco disparou uma bomba ontem (8) contra as forças da coalizão liderada pelos Estados Unidos, próximo à guarnição da coalizão em At-Tanaf. A localidade fica perto da fronteira com a Jordânia.

O Departamento americano da Defesa não informou, porém, quem operava o drone, ou de onde saiu, mas a área de At-Tanaf vive um aumento da atividade das tropas apoiadas pelo Irã leais ao presidente Al-Assad. Teerã contaria com drones armados similares ao que foi derrubado.

A Rússia combate ao lado de Al-Assad e tem influência considerável sobre as diversas forças no campo de batalha.

O porta-voz do Pentágono, capitão Jeff Davis, disse que uma escalada nas hostilidades entre a coalizão e as forças pró-Damasco foi evitada, principalmente, graças à influência da Rússia.

Segundo Davis, “a Rússia foi muito útil, e acredito que a calma que vemos hoje seja, em grande parte, devido a seus esforços”.

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“Estão tentando fazer que as outras partes, as pró-governo, as milícias apoiadas pelo Irã, façam o certo, assim como impedir que realizem ações desestabilizadoras”, acrescentou.

Foi uma declaração incomum para o Pentágono, que, no passado, criticou fortemente as operações russas na Síria.

Os militares russos e americanos estabeleceram uma linha direta especial para se comunicar sobre os movimentos de tropas e de aviões na região, e ambos se falam, regularmente, para evitar contratempos e garantir que não estão operando no espaço dos demais.

Davis disse que houve vários contatos militares sobre a situação de At-Tanaf, tanto nessa linha direta quanto em “alto nível”.

Os russos “ajudaram a transmitir mensagens e acalmar a situação lá, e esperamos que isso continue”, completou o porta-voz.

A tensão sobre a guarnição de At-Tanaf, onde os comandos americanos e britânicos treinam as forças locais que lutam contra o grupo Estado Islâmico, aumenta à medida que as tropas pró-Assad tentam expandir sua influência.

Além da derrubada do drone, os Estados Unidos lançaram, nas últimas semanas, três ataques contra as forças do governo por considerá-las ameaçadoras para At-Tanaf.

O capitão Davis alegou, porém, que o único objetivo da coalizão é derrotar o EI, evitando se envolver no conflito da Síria em um sentido mais amplo.

“Vamos tomar medidas apenas se fizerem coisas que nos ameacem”, garantiu, ressaltando que “nosso único papel é lutar contra o EI, e é isso que estamos fazendo”.


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