A Rússia “está ameaçando agora toda a Europa”, advertiu nesta segunda-feira (17) a primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, após uma reunião em Paris para discutir a mudança de posição dos Estados Unidos em relação à Ucrânia.
A guerra na Ucrânia ocorreu devido aos “sonhos imperiais” da Rússia de “construir uma Rússia maior e mais forte, e não acredito que isso vá parar na Ucrânia”, declarou Frederiksen à imprensa. Ela também alertou os Estados Unidos de que seus esforços para alcançar um cessar-fogo “rápido” dariam à Rússia a oportunidade de “se mobilizar novamente, atacar a Ucrânia ou outro país na Europa”.
‘ Precisamos de uma mentalidade de urgência’
Convocado pelo presidente francês, Emmanuel Macron, o encontro aconteceu em um momento delicado para as relações transatlânticas.
A segurança da Europa está em um “ponto de virada”, garantiu Ursula von der Leyen, chefe do órgão executivo da União Europeia (UE), antes do início do encontro na capital francesa.
“Isto é sobre a Ucrânia, mas também é sobre nós. Precisamos de uma mentalidade de urgência. Precisamos de um aumento [de gastos] com a defesa. E precisamos disso agora mesmo”, escreveu ela na rede social X.
Tanto Kiev quanto os países europeus temem ser excluídos das negociações para encerrar o conflito na Ucrânia, que a Rússia invadiu em fevereiro de 2022.
A desconfiança começou após a conversa por telefone, na quarta-feira, entre o presidente americano Donald Trump e seu colega russo Vladimir Putin para discutir o início das negociações.
O contato entre os dois líderes foi um dos principais tópicos da Conferência de Segurança realizada no fim de semana em Munique.
No encontro, o vice-presidente americano J.D. Vance também fez um discurso hostil em relação aos aliados europeus.
Trump disse no domingo que poderia se encontrar com Putin “muito em breve” e o Kremlin anunciou hoje que uma reunião entre autoridades russas e americanas está marcada para terça em Riade, na Arábia Saudita.
A reunião, confirmada pelos Estados Unidos, tentará “restaurar” as relações entre Moscou e Washington e abordar “possíveis negociações sobre a Ucrânia”, segundo a Presidência russa.
O Departamento de Estado americano insistiu, no entanto, em que Washington não considera a reunião como o início de “negociações” sobre a Ucrânia.
Ao encontro desta segunda em Paris compareceram os líderes de Alemanha, Reino Unido, Itália, Polônia, Espanha, Países Baixos e Dinamarca.
O presidente do Conselho Europeu, a presidente da Comissão Europeia e o secretário-geral da Otan também estiveram presentes.