MOSCOU, 27 AGO (ANSA) – Em meio às negociações para a trégua no leste europeu, Rússia e Ucrânia reconhecem o papel do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na mediação do conflito. Ao mesmo tempo, Kiev, que segue acusando Moscou de “demonstrar sinais negativos durante as negociações” para a trégua, afirmou nesta quarta-feira (27) que prepara “os detalhes” para garantir a segurança na região.
“Apreciamos muito e esperamos que os esforços pela paz e os de mediação feitos pelos presidente dos EUA continuem. Eles são muito importantes e podem realmente ajudar a solucionar este conflito complexo e de longa data, que não foi provocado por nós”, declarou hoje o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.
Moscou, que invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022 e que hoje suas tropas ocupam boa parte do país vizinho, também afirmou que “não quer discutir em público as garantias de segurança” para Kiev por se tratar de um tema “complexo”.
Por outro lado, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, segue acusando seu homólogo russo, Vladimir Putin, de manter os ataques contra seu território em meio às negociações entre as partes.
“Infelizmente, os russos ainda enviam sinais negativos em relação aos encontros [entre as delegações] e ao desenrolar das negociações. Os bombardeios contra nossas cidades e vilarejos continuam, com novas vítimas todos os dias”, escreveu Zelensky no X nesta quarta, reforçando que “uma pressão [contra a Rússia] se faz necessária”.
“Precisamos de passos concretos por parte de Moscou, passos através de uma verdadeira diplomacia”, acrescentou.
O chefe de Estado de Kiev também informou que sua delegação continua “preparando a arquitetura de sólidas garantias de segurança multilaterais pela Ucrânia, com todos os parceiros envolvidos: europeus, americanos e membros da Coalizão dos Dispostos”.
“Uma área importante é o contato com os EUA, garantindo a máxima concretude nessas relações”, concluiu Zelensky. (ANSA).