A poucas horas do fim de uma autorização internacional que permite o envio de ajuda humanitária essencial para quatro milhões de sírios, os países ocidentais apresentaram nesta sexta-feira (10) uma emenda para preservar este mecanismo, aceitando as condições impostas da Rússia, informaram fontes diplomáticas na Organização das Nações Unidas (ONU) sobre como preservar este mecanismo.

A votação no Conselho de Segurança está prevista para esta sexta, e o texto emendado prevê a manutenção por seis meses, até 10 de julho, de dois pontos na fronteira com a Turquia (em Bab al-Salam e Bab al-Hawa) e que a licença seja renovada por apenas seis meses.

Também foi solicitado um relatório ao secretário-geral da ONU, antes do final de fevereiro, sobre as possibilidades de compensar o abandono do ponto de passagem de Al Yarubiyah, localizado na fronteira com o Iraque, segundo as mesmas fontes.

Em 20 de dezembro, a Rússia, apoiada pela China, apresentou um veto (de número 14 desde o início do conflito, em 2011) a uma proposta da Alemanha, Bélgica e Kuwait que pretendia estender a assistência por um ano e estabelecia três pontos de passagem, dois na fronteira com a Turquia e um com o Iraque (Al Yarubiyah).

Os Estados Unidos consideraram esse veto “vergonhoso” e seu secretário de Estado, Mike Pompeo, acusou a Rússia e a China de terem “sangue nas mãos”.

Em vigor desde 2014, a autorização fixa quatro pontos de trânsito (dois na fronteira com a Turquia, outro no Iraque e um quarto na Jordânia, em Al-Ramtha, que não é utilizado há muito tempo).

Na quinta-feira, Alemanha e Bélgica prepararam um novo projeto de resolução que aceita a prorrogação por seis meses, até 10 de julho, mas com três pontos de aprovação. A Rússia manteve sua proposta de dezembro.

Moscou está em uma “posição de força” e pretende reconhecer que Damasco recuperou o controle do território sírio, disse um diplomata ocidental.

Caso seja vetado o projeto alemão-belga, não está excluído que na sexta-feira a Rússia receberá os nove votos dos 15 necessários.

Em um comunicado divulgado na sexta-feira, a Anistia Internacional destacou, a importância da ajuda humanitária internacional para os moradores da região de Idleb, onde os combates e bombardeios redobraram recentemente.