A Rússia afirmou, neste domingo (1º), que frustrou um ataque “massivo” ucraniano ao derrubar 158 drones que sobrevoavam 15 regiões do seu território, incluindo Moscou, poucos dias depois de o Exército russo lançar um ataque à infraestrutura energética da Ucrânia.

A Ucrânia explica periodicamente que estas tentativas de ataques em solo russo contra alvos militares ou locais que ajudam as forças russas visam perturbar a logística do Exército de Moscou, em retaliação aos ataques diários contra as suas cidades e população desde o início da ofensiva, em fevereiro de 2022.

“É completamente justificável que os ucranianos respondam ao terrorismo russo com todos os meios necessários para acabar com ele”, disse o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, no Facebook neste domingo.

Em um comunicado, o Ministério da Defesa russo informou que 122 dos drones foram derrubados nas regiões de Kursk, Bryansk, Voronezh e Belgorod, na fronteira com a Ucrânia. Dois deles foram interceptados sobre Moscou, capital localizada a mais de 500 quilômetros da fronteira entre os dois países.

As autoridades russas também informaram que o incêndio causado no domingo, segundo o prefeito Sergei Sobyanin, pela queda de “um drone derrubado” na refinaria de petróleo de Kapotnia, a sudeste de Moscou, está “sob controle”.

Uma autoridade local na região de Moscou também afirmou que três drones tentaram atacar a usina a carvão de Kashira, sem causar vítimas ou danos.

Na quarta-feira, drones ucranianos atacaram dois depósitos de combustível na Rússia, um na região sudoeste de Rostov e outro em Kirov, no norte.

Não é a primeira vez que Moscou – e a sua região – são alvo de ataques de drones ucranianos, embora estes continuem sendo raros. Em 21 de agosto, a capital russa sofreu “um dos ataques mais significativos” vindos da Ucrânia, segundo Sobianin, amigo próximo do presidente russo, Vladimir Putin.

Durante o verão de 2023, vários dispositivos foram destruídos no distrito financeiro da capital e, em maio de 2023, dois dispositivos sofreram o mesmo destino no Kremlin, no coração de Moscou.

– Avanço russo no leste da Ucrânia –

O ataque deste domingo ocorreu poucos dias depois de a Rússia ter lançado um ataque contra a infraestrutura energética da Ucrânia, com mais de 200 drones e mísseis, em um dos maiores ataques deste tipo desde o início da ofensiva russa há mais de dois anos e meio.

Coincide também com a ofensiva ucraniana lançada há quase um mês na região russa de Kursk, na qual o Exército assumiu o controle de cerca de uma centena de localidades, segundo Kiev, enquanto as tropas russas continuam avançando em paralelo no leste da Ucrânia.

Nesta área, o Exército russo obriga as forças ucranianas a recuar em direção a Pokrovsk, um importante centro logístico de Kiev e um objetivo prioritário para as forças enviadas pelo Kremlin.

O Exército russo assumiu neste domingo a responsabilidade pela tomada de duas cidades na região de Donetsk, Ptyche, a cerca de vinte quilômetros de Pokrovsk, e Viimka, perto de Siversk.

O comandante-chefe do Exército ucraniano, Oleksandr Sirski, admitiu que a situação em torno de Pokrovsk era “difícil” e garantiu que as tropas russas tinham “uma vantagem em número e (em termos de) armas”.

Mais ao norte, as autoridades da região de Kharkiv anunciaram que 41 pessoas ficaram feridas em bombardeios russos em um ataque contra infraestruturas civis.

“A Rússia volta a aterrorizar Kharkiv, atingindo a infraestrutura civil e a própria cidade”, escreveu Zelensky no Facebook, em uma mensagem na qual reiterou o seu apelo por mais ajuda das potências ocidentais. “Mostre a sua coragem e dê à Ucrânia o que ela merece para se defender”, disse.

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