A Rússia pediu que Ucrânia retire sus tropas dos quatro oblasts (regiões administrativas) do país que Moscou reivindica como anexados antes de qualquer cessar-fogo total, segundo o memorando russo transmitido nesta segunda-feira (2) a Kiev e publicado pelas agências de notícias russas.
De acordo com o documento, entregue à Ucrânia durante negociações em Istambul, Moscou quer a “retirada total” das tropas ucranianas dos oblasts parcialmente ocupados de Donetsk e Luhansk, no leste, assim como de Zaporizhzhia e Kherson, no sul, antes da “implementação de um cessar-fogo de 30 dias”.
O memorando, que também define as exigências russas para o fim do conflito na Ucrânia, prevê o “reconhecimento jurídico internacional” desses oblasts e da península da Crimeia, anexada em 2014, como territórios russos.
O documento também exige o levantamento das sanções econômicas e que a Ucrânia renuncie à exigência de reparações da Rússia, que lançou uma ofensiva contra seu vizinho em fevereiro de 2022.
Menciona a “neutralidade” da Ucrânia e pede que desista de aderir a alianças militares, enquanto Kiev aspira a ingressar na Otan. O tamanho do exército ucraniano também deve ser limitado, de acordo com o documento de três páginas.
O texto, publicado pela TASS e pela RIA Novosti, também pede o fim das entregas de armas ocidentais para Kiev e o fim do compartilhamento de inteligência, assim como a proibição da implantação de armas nucleares na Ucrânia.
Além disso, o documento pede que a Ucrânia liberte “prisioneiros políticos, tanto militares quanto civis, e se comprometa a respeitar os direitos, as liberdades e os interesses dos falantes de russo” em seu território.
Ecoando o desejo declarado de Moscou de “desnazificar” seu vizinho, o documento prevê a dissolução de “grupos nacionalistas ucranianos” dentro das Forças Armadas.
Essas exigências foram rejeitadas pela Ucrânia diversas vezes no passado.
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