O Kremlin denunciou, nesta quinta-feira (21), a pressão ocidental sobre vários bancos chineses que, devido a sanções, se recusam há semanas a aceitar pagamentos procedentes da Rússia, mesmo que estes sejam executados na moeda yuan.

“A pressão sem precedentes exercida pelos Estados Unidos e pela União Europeia sobre a China continua, mesmo no âmbito das nossas relações. Isso levanta alguns problemas”, afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, quando questionado sobre o assunto.

Pequim é um parceiro econômico crucial para a Rússia, especialmente desde o início do ataque russo à Ucrânia e da chuva de sanções que caiu sobre Moscou.

O Kremlin conseguiu contornar muitas destas restrições desenvolvendo laços comerciais com os seus parceiros, como a China. No entanto, confrontados com a ameaça de sanções pelas restrições dos EUA e da Europa, muitos agentes econômicos destes países reduziram ou interromperam as transações com a Rússia.

Na sua edição desta quinta-feira, o jornal russo Izvestia, próximo ao Kremlin, listou os nomes de alguns bancos chineses que rejeitam as regulamentações russas: Ping An Bank, Bank of Ningbo, DBS Bank, Great Wall West China Bank ou mesmo China Zheshang Bank.

“Estas instituições financeiras chinesas deixaram de aceitar pagamentos em yuan procedentes da Rússia em meados de janeiro de 2024”, confirmou uma fonte do setor bancário russo, sublinhando que “o problema continua atual”, segundo o jornal.

O Kremlin, que já havia reconhecido “dificuldades” no dia 7 de fevereiro, garantiu que encontraria uma solução.

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