Autoridades russas declararam a prestigiosa Universidade Yale como “indesejável” nesta terça-feira (8), acusando a instituição americana, entre outras coisas, de tentar “desestabilizar” o país.
A Procuradoria-Geral russa anunciou em um comunicado que “decidiu declarar as atividades da organização estrangeira Universidade Yale como indesejáveis em território russo”.
“As atividades desta universidade buscam minar a integridade territorial da Federação Russa, impor um bloqueio internacional ao Estado e sabotar seus fundamentos econômicos, além de desestabilizar a situação socioeconômica e política do país”, acrescentou.
Declarar uma organização “indesejável” significa proibir suas atividades na Rússia e pode levar a ações judiciais contra russos que trabalharem para ela ou a financiarem. Este foi o caso da ONG Anistia Internacional.
As consequências exatas dessa proibição ainda não estão claras para a Universidade Yale, que tem sede fora da Rússia.
A Procuradoria-Geral da Rússia afirmou que entre os graduados de Yale estão ativistas do Fundo de luta contra a corrupção (FBK), a organização do líder da oposição Alexei Navalny, que morreu na prisão.
Eles usaram o conhecimento adquirido em Yale para “intensificar as ações de protesto na Rússia”, afirmou a Procuradoria.
Alexei Navalny, que morreu aos 47 anos em circunstâncias obscuras em uma prisão no Ártico em fevereiro de 2024, estudou nesta universidade.
Fundada em 1701, a Yale fica em Connecticut, no nordeste dos Estados Unidos. Faz parte da Ivy League, que reúne as oito universidades mais famosas do país.
A Rússia publicou sua lista de organizações “indesejáveis” pela primeira vez em 2015. Atualmente, possui mais de 200 nomes.
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