Rússia culpa sanções pelo fracasso do acordo com a ONU sobre alimentos e fertilizantes

A Rússia culpou, neste sábado (12), as sanções ocidentais pelo fracasso do acordo para facilitar suas exportações de alimentos e fertilizantes, firmado com a ONU após o início de sua ofensiva na Ucrânia.

Na véspera, as Nações Unidas indicaram que este pacto, assinado em julho de 2022 e válido por três anos, expiraria em 22 de julho.

“Ele não será renovado” devido a divergências, disse à AFP uma fonte próxima às negociações.

O acordo visava facilitar as exportações russas de produtos agrícolas e fertilizantes para os mercados internacionais, a fim de reduzir os preços mundiais.

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia declarou neste sábado que sua extensão não havia sido “prevista” quando foi assinado.

“Dada a linha destrutiva adotada pelas capitais ocidentais, em particular as da União Europeia, que consiste em multiplicar sanções unilaterais ilegais contra a Rússia, nenhum dos objetivos (do acordo) foi cumprido”, acrescentou o ministério.

Desde o início da ofensiva russa na Ucrânia, em fevereiro de 2022, as sanções econômicas impostas a Moscou não afetaram fertilizantes ou grãos, por medo de um aumento de preços, já que o país é um grande exportador desses produtos.

No entanto, o medo de cruzar acidentalmente a linha vermelha paralisou os transportadores e elevou as parcelas dos seguros.

Após intensas discussões, Rússia e ONU estabeleceram uma estrutura para seguros e transações financeiras compatível com os três sistemas de sanções existentes (Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia).

Embora Moscou tenha reclamado repetidamente que o pacto permaneceu em grande parte no papel, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia garantiu neste sábado que a cooperação nessas questões “poderia continuar” após sua expiração “no interesse da segurança alimentar global”.

Rússia e Ucrânia também assinaram um acordo em julho de 2022, sob os auspícios das Nações Unidas e da Turquia, sobre a exportação de grãos ucranianos. No entanto, Moscou se recusou a prorrogá-lo em julho de 2023, após denunciar obstáculos ao comércio de seus próprios produtos agrícolas.

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