A Justiça russa condenou, nesta terça-feira (29), a 12 anos de prisão uma jornalista e ex-colaboradora do falecido opositor Alexei Navalny, em um momento em que Moscou proíbe qualquer cooperação com as organizações de Navalny, mesmo no passado.
Olga Komleva, de 46 anos, foi voluntária para o partido de Navalny, antes que ele fosse proibido como “extremista” em 2021, segundo o veículo independente Mediazona.
Ela também foi considerada culpada de criticar o Exército russo enquanto cobria a ofensiva da Rússia na Ucrânia e os protestos antigovernamentais para o meio independente RusNews.
O Kremlin intensificou sua repressão contra os veículos independentes em meio à sua campanha na Ucrânia, impondo leis de censura rigorosas que proíbem qualquer crítica ao Exército.
Um tribunal distrital na cidade central russa de Ufa “determinou que a acusada participou de atividades de uma comunidade extremista” e “deliberadamente espalhou informações falsas sobre as ações das Forças Armadas”, afirmou em comunicado.
“O tribunal considerou a acusada culpada e a sentenciou a 12 anos de prisão”, acrescentou.
A jornalista não admitiu sua culpabilidade em nenhuma das acusações.
Komleva foi vista sorrindo e acenando de dentro de um cubículo de vidro para acusados depois de ouvir o veredicto. “Amo todos vocês”, disse ela a um grupo de pessoas que foram apoiá-la, segundo um vídeo publicado pelo RusNews.
Komleva tem diabetes e enfrentou dificuldades para receber medicamentos enquanto esteve detida aguardando julgamento, segundo o Mediazona.
Navalny, o principal opositor do presidente Vladimir Putin, que morreu subitamente em uma prisão no Ártico em circunstâncias pouco claras no ano passado, foi declarado “extremista” pelas autoridades russas em 2021.
A Rússia proibiu as organizações de Navalny pouco antes de lançar sua ofensiva na Ucrânia em 2022 e perseguiu impiedosamente aqueles que considera ligados a ele.
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