A Ucrânia sofreu neste domingo, 29, um dos mais intensos ataques aéreos desde o início da guerra contra a Rússia, que disparou pelo menos 537 mísseis e drones contra o país vizinho durante a madrugada.
Segundo a Aeronáutica de Kiev, Moscou lançou 477 drones, dos quais 211 foram abatidos e 225 desapareceram dos radares — os outros atingiram alvos –, 41 mísseis de cruzeiro KH-201/Iskander-K, sete mísseis balísticos Iskander-M/KN-23, cinco mísseis Kalibr, quatro mísseis KH-47M2 Kinzhal e três mísseis S-300.
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Os ataques atingiram diversas regiões do país, incluindo as províncias de Kiev e Lviv, que ficam distantes da linha de frente do conflito. Caças da Polônia, na fronteira com a Ucrânia, chegaram a decolar para monitorar a situação, enquanto sistemas de defesa antiaérea no país entraram em estado de alerta máximo.
“Putin decidiu há muito tempo que continuaria com a guerra, apesar dos apelos mundiais por paz. Essa guerra tem de acabar. É necessária uma pressão sobre o agressor, assim como proteção contra mísseis balísticos e de outros tipo, contra drones e contra o terrorismo”, disse o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.
De acordo com o mandatário, a Rússia atingiu inclusive um edifício residencial em Smila, no centro do país, onde um menino ficou ferido. Além disso, um caça F-16 caiu na tentativa de conter o ataque, matando o piloto Maksym Ustymenko. “Moscou não vai parar enquanto tiver capacidade de lançar ataques massivos. Na última semana, foram lançados 114 mísseis, mais de 1.270 drones, além de quase 1,1 mil bombas”, concluiu o ucraniano.
Já o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, declarou que a Rússia será levada à mesa de negociações “somente com a lógica e com argumentações”. “É impossível empurrar a Rússia com a pressão ou a força”, disse, em referência às sanções ocidentais contra o país.
Enquanto isso, o diretor do Serviço de Inteligência Externa russo (SVR), Sergey Naryshkin, conversou por telefone com o diretor da Agência Central de Inteligência (CIA) dos Estados Unidos, John Ratcliffe, com quem concordou em manter o contato sobre questões de “interesse mútuo”.
Já no Vaticano, o papa Leão XIV cumprimentou peregrinos da Ucrânia e assegurou que “sempre” reza pelo país. “Que o Senhor dê a paz a seu povo”, declarou o pontífice durante a cerimônia pela festa dos santos Pedro e Paulo no Vaticano.