A Ucrânia anunciou nesta sexta-feira (29) que as forças russas atingiram três usinas termelétricas em ataques que utilizaram 99 drones e mísseis contra seu território, 84 dos quais foram derrubados.

Outro ataque com drone matou um civil e feriu um homem em Myrivska, uma cidade da região de Dnipropetrovsk, no sul da Ucrânia, informou o governador Serguii Lyssak.

Nas últimas semanas, Moscou intensificou os ataques contra a Ucrânia, em particular contra as instalações do setor de energia, em resposta aos ataques de Kiev contra regiões russas na fronteira.

Em seu relatório diário, o Exército russo confirmou que durante a noite atacou infraestruturas energéticas, além de sistemas de “defesa antiaérea” ucranianos, com mísseis, principalmente hipersônicos, e drones.

No total, 10 regiões ucranianas foram alvo de ataques e seis pessoas, incluindo uma criança, ficaram feridas nos bombardeios, informou o Ministério do Interior ucraniano.

O ministro ucraniano da Energia, Guerman Galushchenko, relatou um ataque em larga escala contra unidades de produção de energia nas regiões de Dnipropetrovsk, Poltava e Cherkasy.

A operadora nacional Ukrenergo anunciou que precisou cortar a energia elétrica “até a noite” em três regiões por “falta de capacidade de produção” após o “ataque em larga escala” da Rússia. A empresa de energia DTEK anunciou que três usinas termelétricas sofreram danos.

As forças ucranianas afirmaram nesta sexta-feira que destruíram “84 alvos aéreos”, incluindo 26 mísseis e 58 drones Shahed de fabricação iraniana.

A Ucrânia pede aos aliados ocidentais enviem mais ajuda e de maneira mais rápida, mas as divergências políticas, tanto nos Estados Unidos como na UE, impediram a entrega de armas e de recursos nos últimos meses.

Do outro lado da fronteira, em Belgorod, leste da Rússia, um drone ucraniano deixou um morto e dois feridos em um edifício residencial, anunciou o governador da região, Viacheslav Gladkov, no Telegram.

Mais de dois anos depois de iniciar a ofensiva na Ucrânia, no final de fevereiro de 2022, a Rússia anunciou que iniciará na próxima segunda-feira (1) a campanha de recrutamento militar de primavera (hemisfério norte, outono no Brasil), que afetará dezenas de milhares de cidadãos com idades entre 18 e 30 anos.

O Exército, no entanto, garantiu que os novos recrutas não serão enviados à Ucrânia.

Este tipo de campanha é organizada duas vezes por ano e muitos russos temem um novo alistamento.

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