A Rússia apresentou nesta segunda-feira supostas evidências que, segundo afirma, incriminam o Exército ucraniano pela queda de voo MH17 da Malaysia Airlines, derrubado por um míssil em 2014 no leste da Ucrânia, e considerou que os vídeos envolvendo Moscou no caso foram alterados.

O ministro da Defesa da Ucrânia, Stépan Poltorak, reagiu denunciando uma “nova mentira” da Rússia, informou a agência de notícias Interfax-Ucrânia.

Com base em documentos até então considerados “segredos de defesa” provenientes do fabricante do míssil, o Exército russo assegurou em uma coletiva de imprensa que o míssil foi “montado em 24 de dezembro de 1986 e enviado por trem” para uma unidade militar soviética no oeste da Ucrânia.

“Após o fim da União Soviética, o míssil não foi repatriado para o território russo e foi incorporado ao arsenal ucraniano”, segundo o general Nikolai Parchine, que dirige a divisão encarregada de mísseis no Exército russo.

“A importância dessas descobertas no levou a tomar a decisão sem precedentes de desclassificar esses documentos”, disse ele.

Estas informações foram enviadas aos investigadores internacionais encarregados de esclarecer a tragédia, acrescentou.

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A porta-voz do Comitê de Investigação russo, Svetlana Petrenko, declarou em um comunicado que é “uma razão para rever as conclusões provisórias da investigação”.

O avião da empresa Malaysia Airlines que fazia o trajeto Amsterdã-Kuala Lumpur foi derrubado quando sobrevoava o leste da Ucrânia em pleno conflito separatista pró-russo em 17 de julho de 2014. As 298 pessoas a bordo, em sua maioria holandeses, morreu.

O Exército russo rejeitou as conclusões dos investigadores internacionais, que identificaram o míssil como proveniente de uma brigada antiaérea baseada em Kursk (oeste da Rússia).

De acordo com a investigação, o míssil foi transferido da Rússia antes de ser usado no leste da Ucrânia controlado por separatistas pró-russos.

Em uma declaração, os investigadores da comissão internacional (JIT) indicaram que “tomaram nota” destas informações.

Na mesma coletiva de imprensa, o porta-voz do ministério da Defesa russo, Igor Konachenkov, denunciou os “vídeos adulterados” transmitidos na Internet para acusar a Rússia.


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