O Ministério da Defesa da Rússia acusou a Ucrânia neste sábado, 29, de atacar suas instalações de energia nas últimas 24 horas, apesar de uma moratória sobre ataques à infraestrutura de energia de ambos os países.
O ministério disse que a Ucrânia atacou várias vezes as redes de energia na região de Belgorod, deixando cerca de nove mil moradores sem fornecimento de energia.
Guerra pode acabar em 2025?
Às vésperas de reassumir a presidência dos Estados Unidos, Donald Trump prometeu, em mais de uma oportunidade, uma resolução breve para a guerra entre Rússia e Ucrânia, conflito que perdura desde fevereiro de 2022 e impacta diferentes nações por razões militares, econômicas e diplomáticas.
Presidentes dos dois países, Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky falam em paz para 2025, mas mantêm suas tropas nos territórios adversários.
Na prática, os americanos são os fiadores militares da Ucrânia no conflito. Antecessor do republicano na Casa Branca, Joe Biden aproveitou as últimas semanas no cargo para autorizar os ucranianos a atacar o território russo com mísseis americanos de longo alcance, numa decisão que reforçou sua estratégia de apoio irrestrito às tropas comandadas por Zelensky.
Trump, por sua vez, tem outra postura. Além de nutrir boa relação com Vladimir Putin, Trump é um crítico contumaz do direcionamento de recursos americanos à Ucrânia, que incluíram um pacote de US$ 60 bilhões (cerca de R$ 366 bilhões, na cotação atual) aprovado pelo Senado em fevereiro de 2024.
“O apoio americano é militar, estratégico e de inteligência, mas a tendência é que a torneira feche. Com a saída de Biden, Zelensky perde seu principal fiador para a guerra”, disse à IstoÉ Tomaz Paoliello, professor de relações internacionais e coordenador do mestrado em governança global e formulação de políticas internacionais da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica).
“A Ucrânia não tem autonomia para negociar a pacificação por conta própria, ela é totalmente dependente do interesse americano, que é variável, na região. A pacificação depende de uma negociação entre EUA e Rússia”, afirmou Paoliello.
Nas últimas semanas, Trump deu sinais de avanço para que o governo ucraniano compense o apoio oferecido pelos americanos, em busca de um acordo que possa “destravar” a mediação da Casa Branca pela paz com a Rússia. “Uma das coisas que estamos fazendo é firmar um acordo em breve relativo às terras raras com a Ucrânia, que tem um tremendo valor em terras raras, e apreciamos isso”, disse o mandatário em 20 de março.