13/04/2022 - 15:07
ROMA, 13 ABR (ANSA) – O governo russo acusou nesta quarta-feira (13) a Ucrânia de prolongar as negociações de paz com Moscou enquanto prossegue sua campanha militar durante a guerra.
A declaração foi dada pela porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, segundo relatos da agência Tass.
“Infelizmente, a delegação ucraniana, e tem sido assim em todos esses sete anos, desde que estamos falando do grupo de contato no formato da Normandia, visa seus esforços não para chegar a acordos, mas para arrastar as negociações”, disse Zakharova, ressaltando que o governo russo conhece “essa tática”.
Apesar disso, a representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia informou que os dois países continuam as negociações em uma reunião online.
Hoje, o Ministério da Defesa de Moscou, citado pela Interfax, relatou que a Rússia atingirá os centros de comando da Ucrânia, inclusive em Kiev, se o Exército ucraniano continuar suas tentativas de atacar estruturas no território russo.
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, por sua vez, afirmou que “não há possibilidade neste momento” de as partes chegarem a um cessar-fogo na Ucrânia. A medida é considerada uma das principais exigências de Kiev desde o início das negociações com Moscou.
Falando a jornalistas, o diplomata informou que a ONU enviou às capitais ucraniana e russa seu representante para Ajuda Humanitária, Martin Griffiths, para tentar desbloquear um acordo.
Agora, a organização aguarda uma resposta russa sobre algumas propostas, como o cessar-fogo local para evacuar civis de áreas de combate e a criação de um mecanismo com a Rússia, a Ucrânia e a ONU para gerir o acesso humanitário adequado.
“Esta não é uma crise que pode ser resolvida em pedaços, país a país. Esta emergência global e sistêmica requer soluções globais e sistêmicas”, disse Guterres.
“À medida que nos aproximamos das reuniões de primavera do Banco Mundial e do FMI, precisamos de vontade política e liderança.
Devemos falar a uma só voz, agir hoje evitará o sofrimento amanhã”, acrescentou.
Segundo o português, “o povo ucraniano não pode suportar a violência que enfrenta e é infligida, e as pessoas mais vulneráveis do mundo não podem se tornar danos colaterais em outro desastre pelo qual não têm responsabilidade”.
“Devemos silenciar as armas e acelerar as negociações para a paz agora”, apelou. (ANSA)