A Rússia denunciou nesta segunda-feira (4) o “envolvimento direto” das potências ocidentais na Ucrânia e convocou o embaixador da Alemanha após a divulgação nas redes sociais de conversas confidenciais entre militares germânicos de alta patente sobre envios de armas à Ucrânia.

Na sexta-feira, uma gravação de áudio de uma reunião por videoconferência de oficiais alemães foi divulgada nas redes sociais da Rússia.

A conversa, que teve a veracidade confirmada por Berlim, mostra “mais uma vez a participação direta do Ocidente no conflito ao redor da Ucrânia”, afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

Na conversa, os participantes mencionam a hipótese de entregar mísseis de longo alcance Taurus, de fabricação alemã, à Ucrânia.

Oficialmente, a Alemanha nega que deseja entregar mísseis Taurus à Ucrânia, argumentando que existe o risco de um agravamento do conflito.

Os participantes da conversa também mencionam possíveis bombardeios contra a ponte da Crimeia, que liga a península anexada por Moscou em 2014 ao território russo. Uma pessoa afirma que seriam necessários entre 10 e 20 mísseis para destruir a ponte.

“A gravação mostra que dentro do Bundeswehr (Exército alemão) há uma discussão detalhada e concreta sobre planos para executar bombardeios em território russo”, disse Peskov.

O incidente provocou uma crise diplomática entre os países.

O embaixador da Alemanha na Rússia, Alexander Graf Lambsdorff, compareceu nesta segunda-feira ao Ministério das Relações Exteriores da Rússia.

O embaixador deixou o ministério sem fazer declarações à imprensa, depois de passar pouco mais de uma hora no local, segundo agências de notícias russas.

Berlim negou que a convocação do embaixador e um porta-voz da diplomacia alemã afirmou que a reunião estava programada há “bastante tempo”.

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