* Este conteúdo foi produzido na Rússia, onde a legislação restringe a cobertura das operações militares russas na Ucrânia

MOSCOU, 9 Ago (Reuters) – Moscou acusou os Estados Unidos nesta terça-feira de “escalada irracional e desnecessária” ao anunciar uma inspeção em território russo sob o acordo de redução de armas nucleares Novo Start, sabendo que não permitiria que a Rússia realizasse inspeções recíprocas.

A Rússia anunciou na segunda-feira que não irá permitir que suas armas sejam inspecionadas sob o tratado no atual momento, por conta das restrições impostas por Washington e seus aliados.

Em comentários publicados por seu Ministério de Relações Exteriores, o vice-ministro Sergei Ryabkov disse que o anúncio dos EUA –entregue a Moscou enquanto a conferência de revisão do Tratado de Não-proliferação Nuclear (NPT) estava se encaminhando– havia sido o motivo para o encerramento da cooperação da Rússia.

“Nas atuais circunstâncias, tal medida pareceu uma provocação direta”, afirmou Ryabkov.

Segundo o vice-ministro, a Rússia acreditava que a parte norte-americana queria acertar uma maneira de manter as iniciativas de verificação recíproca apesar das dificuldades criadas pelas sanções e restrições de viagem impostas pelos EUA em resposta à campanha militar de Moscou na Ucrânia.

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“Infelizmente, em Washington, aparentemente eles pensaram diferente e agiram para escalar a situação de maneira irracional e desnecessária”, disse. “Tentaram nos confrontar com um ‘fait accompli’, querendo conduzir uma inspeção sem aviso prévio.”

O tratado Novo Start, que entrou em vigor em 2011, limita o número de ogivas nucleares estratégicas que podem ser implantadas pelos Estados Unidos e Rússia, e a implantação de mísseis terrestres e em submarinos e ainda bombardeiros que possam transportá-los. O pacto também providencia inspeções para garantir que os dois lados estejam cumprindo o acordo.

O presidente norte-americano, Joe Biden, disse no dia 1º de agosto que seu governo está pronto para negociar rapidamente uma estrutura para substituir o Novo Start, que expira em 2026, caso Moscou demonstre disposição para retomar o trabalho no controle de armamentos nucleares.

(Reportagem da Reuters)

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