MOSCOU, 15 SET (ANSA) – O governo da Rússia afirmou nesta quinta-feira (15) que os Estados Unidos querem prolongar a guerra na Ucrânia e se envolver diretamente no conflito.
As críticas chegam em meio à contraofensiva ucraniana no nordeste e no leste do país, com a retomada de cidades como Izyum, na província de Kharkiv.
A reação das forças de Kiev é possibilitada pelo envio de armamentos de última geração por parte dos EUA, como o lançador de mísseis Himars.
“Os EUA mostram interesse em estender as hostilidades na Ucrânia pelo maior tempo possível e, claro, controlar essa situação, o que é um envolvimento direto dos EUA no conflito”, declarou a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova.
“Oficiais americanos fazem declarações abertas de que o Exército dos EUA tem preparado a recente ‘contraofensiva’ ucraniana por vários meses. Então eu tenho uma pergunta: ainda são as Forças Armadas da Ucrânia ou são as Forças Armadas da Ucrânia e do Ocidente?”, acrescentou.
Zakharova ainda alertou que o possível fornecimento de mísseis de longo alcance dos EUA para a Ucrânia significaria “ultrapassar a linha vermelha”. “Os Estados Unidos se tornariam parte direta do conflito, e a Rússia se reservaria o direito de responder adequadamente”, disse.
A contraofensiva ucraniana já levou à reconquista de territórios no nordeste e no leste do país. Além disso, as forças de Kiev apontam a retirada de tropas e equipamentos russos de vilarejos e cidades próximos da linha de frente na província de Zaporizhzhia, no sul.
Em Kinburn Spit, na província meridional de Mykolaiv, forças pró-Rússia dizem ter impedido um desembarque militar da Ucrânia.
O acesso a essa praia seria uma forma de as tropas de Kiev entrarem na província vizinha de Kherson, que está sob domínio de Moscou. (ANSA).