A Rússia afirmou neste sábado (25) que os soldados do Azerbaijão cruzaram a linha de demarcação com a Armênia estabelecida pelo acordo mediado por Moscou em 2020, que encerrou a guerra entre os dois países do Cáucaso.

“Em [sábado] 25 de março de 2023, uma unidade das forças armadas do Azerbaijão cruzou a linha de contato no distrito de Shusha, violando” o acordo de 9 de novembro de 2020, disse o Ministério de Defesa da Rússia em comunicado.

Segundo Moscou, as tropas do Azerbaijão “ocuparam” uma posição e “começaram a estabelecer um posto”.

A força de manutenção da paz russa na área “está tomando medidas para evitar uma escalada da situação de crise e evitar provocações mútuas das partes em conflito”.

“O lado do Azerbaijão foi informado da necessidade de respeitar as disposições [do acordo], de tomar medidas para interromper as obras de engenharia e retirar as forças armadas para as posições que ocupavam antes”, disse o ministério russo.

A Armênia e o Azerbaijão, ex-repúblicas soviéticas no Cáucaso, travaram uma breve guerra em 2020 pelo controle da disputada região separatista de Nagorno-Karabakh, que deixou 6.500 mortos.

Apesar do progresso nas negociações de paz e dos esforços ocidentais para encontrar um acordo pacífico na região, que a Rússia vê como parte de sua área de influência tradicional, o risco de escalada permanece alto neste enclave azerbaijano de população predominantemente armênia.

A Armênia vem alertando há semanas uma “crise humanitária” em Karabakh devido a um bloqueio do Azerbaijão que causou escassez de alimentos e remédios, além de cortes de eletricidade.

A Armênia acusa a força de paz russa de não fazer nada para acabar com o bloqueio.

Na década de 1990, na época do desmantelamento da URSS, houve um primeiro conflito entre os dois países que deixou 30.000 mortos. Na ocasião, resultou em uma vitória da Armênia graças ao apoio de Moscou.

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