Boris Akunin, que vive em exílio desde 2014, foi adicionado nesta segunda-feira (18), pela Rússia, na lista de personalidades “terroristas e extremistas”, em uma nova demonstração da repressão aos críticos do Kremlin.

As autoridades adicionaram Grigóri Shálvovich Chjartishvíli, nome de batismo do autor, à lista da Rosfinmonitoring – serviço russo de monitoramento financeiro -, confirmou a AFP.

“Os terroristas me declararam terrorista”, o autor reagiu em seu perfil no Facebook.

Uma fonte informou nesta segunda-feira, à agência Interfax, que o autor estava sob uma investigação por desacreditar o exército, iniciada na semana passada.

O escritor, nascido na Geórgia em 1956, uma então república soviética, é conhecido na Rússia por seus romances policiais históricos, como a saga “As Aventuras do Detetive Fandórin”, um herói da era czarista.

Antes de se exilar em Londres, onde reside desde 2014, Akunin se pronunciou contra a anexação da península ucraniana da Crimeia pela Rússia.

Em 24 de fevereiro de 2022, lamentou o início de uma “guerra absurda”. No Facebook, escreveu que “a loucura ganhou”.

“A Rússia é administrada por um ditator mentalmente transtornado e, pior ainda, obedece à sua paranoia”, destacou o escritor.

Várias ONGs e meios de comunicação denunciam um expurgo cultural, iniciado em 2022 pelas autoridades russas contra artistas que criticam a ofensiva na Ucrânia.

Por outro lado, o governo incentiva e financia artistas e produções culturais que apoiam a operação na ex-república soviética.

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