A Rússia reconhece Jeanine Áñez como líder interina da Bolívia até a eleição de um novo presidente, embora não considere “legítimo o processo” de saída de Evo Morales do poder, declarou o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Riabkov, nesta quinta-feira (14).

“Está claro que é ela (Jeanine Áñez) quem será considerada líder da Bolívia até a eleição de um novo presidente”, disse Riabkov, citado pela agência de imprensa pública RIA Novosti.

“Não se trata de reconhecer o que aconteceu na Bolívia como um processo legítimo”, disse a porta-voz da diplomacia russa Maria Zajarova, que lembrou que Moscou já havia descrito a situação como um “golpe de Estado”.

“Nada mudou na posição da Rússia sobre esse assunto”, acrescentou.

“A situação permanece tensa e há risco de novas complicações”, estimou em sua reunião semanal com a imprensa.

“A Bolívia precisa de calma, a partir de um diálogo pacífico, é importante restaurar o funcionamento das instituições públicas no campo constitucional”, disse Zajarova, que apelou que “todos os membros da comunidade internacional tenham uma política responsável” a respeito.

“O país está à beira do caos. É um sinal muito alarmante”, declarou o presidente russo, Vladimir Putin, em coletiva de imprensa em Brasília, onde participa da cúpula dos Brics.

A Rússia recomenda por enquanto a seus cidadãos adiar as viagens à Bolívia até que “baixe a tensão”.