WASHINGTON, 16 AGO (ANSA) – O autor britânico Salman Rushdie, 75 anos, está conseguindo prestar depoimentos de maneira “articulada” aos investigadores da polícia de Nova York, informou um membro do judiciário envolvido no caso à emissora “CNN” nesta terça-feira (16).   

Segundo a fonte, o depoimento foi dado a policiais nesta segunda-feira (15) enquanto o escritor segue hospitalizado se recuperando das “lesões severas” que sofreu durante um esfaqueamento na última sexta-feira (12).   

Rushdie foi esfaqueado de 10 a 15 vezes pouco antes de participar de uma palestra no Instituto Chautauqua, na cidade homônima, no estado de Nova York. Ele estava no palco se preparando para entrar quando Hadi Matar, 24 anos, subiu no local e começou as agressões.   

O criminoso foi controlado por pessoas que estavam no público e por seguranças e o homem foi preso em flagrante. O agente do autor, Andrew Wylie, informou que o britânico corre o risco de perder um olho e que teve os nervos de um dos braços cortados.   

Além disso, sofreu facadas no peito, abdômen, fígado e perna.   

Matar já foi indiciado por tentativa de homicídio de segundo grau e por agressão. No entanto, ele se disse “inocente”, segundo seu advogado, e não está claro o que levou o jovem a cometer o ataque.   

De acordo com a mídia norte-americana, Matar seria um “simpatizante” do Irã, mas as autoridades não confirmaram a informação. Isso porque o escritor é considerado “inimigo” de Teerã por ter publicado, em 1988, um livro chamado “Versos Satânicos”.   

A obra foi chamada de “blasfêmia” e, desde 1989, há uma “fatwa”, uma espécie de decreto do regime que pede a morte de Rushdie sob recompensa milionária e a promessa de não ser processado por matá-lo.   

No entanto, nesta segunda-feira, o Ministério das Relações Exteriores do Irã se manifestou publicamente pela primeira vez sobre o ataque e negou “categoricamente” que tenha qualquer tipo de envolvimento na ação. (ANSA).