Ruanda assinou nesta terça-feira um acordo com a União Africana (UA) e o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) a fim de acolher temporariamente refugiados e solicitantes de asilo africanos bloqueados na Líbia.

“Receberemos um número inicial de 500 (pessoas) em algumas semanas”, declarou Hope Tumukunde Gasatura, representante permanente de Ruanda na UA, durante uma conferência de imprensa em Adis Abeba, junto a funcionários da organização pan-africana e da Acnur.

Este primeiro grupo está “composto, principalmente, por pessoas naturais do Chifre da África”, afirmaram a UA e a ONU em um comunicado. Serão acolhidos em um centro de trânsito em Ruanda antes de ser realocados em outros países ou, se quiserem, poderão regressar a seu país.

A ONU estima que 42.000 refugiados africanos estão atualmente na Líbia, afirmou Cosmas Chanda, representante da Acnur na UA. “Buscamos desesperadamente soluções para estas pessoas (…), cada vez menos países estão prontos para acolher refugiados”, afirmou.

A questão voltou a ganhar importância recentemente após a morte de cerca de 50 pessoas em julho, em um ataque aéreo contra um centro de detenção de imigrantes em Tajura, perto de Trípoli.

O governo ruandês disse estar disposto a acolher em seu centro de trânsito até 30.000 africanos bloqueados na Líbia, mas só em grupos de 500, para evitar que o país fique sobrecarregado.

Desde 2017, a Acnur “evacuou” mais de 4.400 refugiados e solicitantes de asilo da Líbia.