O surto de toxoplasmose que atinge a cidade gaúcha de Santa Maria provavelmente é provocado pela água de torneira e pelo consumo de hortaliças, de acordo com um estudo realizado pela equipe de investigação do Ministério da Saúde e apresentado nesta terça-feira, 26, às autoridades locais.

Há ainda a possibilidade de haver contaminação cruzada (hortaliças serem irrigadas por água contaminada) o que determinaria os próximos passos das investigações. “O trabalho agora fica concentrado nesses dois elementos”, afirmou o superintendente de Vigilância de Santa Maria, Alexandre Streb.

Embora resultados ainda sejam inconclusivos, eles permitem agora concentrar esforços na investigação, diz Streb. “Algumas causas que ainda estavam sendo analisadas já estão descartadas. Como carne, linguiças e queijos. Agora os esforços de trabalho ficarão concentrados nesses dois elementos”, completou.

Nesta segunda-feira, 25, começou a ser feita pela companhia de água da cidade, Corsan, a limpeza de 25 reservatórios ativos da cidade. Foram ainda coletadas pela vigilância local e estadual amostras do lodo depositado no fundo do reservatório para análise.

Enquanto isso, autoridades recomendam que a população continue a beber apenas água fervida e lavar hortaliças em água corrente.

O surto em Santa Maria de toxoplasmose, uma doença provocada por um protozoário, é o maior já registrado no País. Até semana passada, tinham sido confirmados 569 casos em laboratório, dos quais 50 em gestantes e sete em bebês que contraíram a infecção ainda no útero materno.

Assine nossa newsletter:

Inscreva-se nas nossas newsletters e receba as principais notícias do dia em seu e-mail

Também foram confirmados dois abortos e três óbitos fetais (com mais de 20 semanas de gestação). Estão ainda em investigação 312 registros. Entre eles, 145 em gestantes, 17 bebês com suspeita de toxoplasmose congênita e um aborto.

Os primeiros casos começaram a ser notados por médicos em fevereiro, mas somente em abril o sinal de alerta foi dado para autoridades sanitárias. Desde então, uma força-tarefa foi montada para identificar o que levou à explosão do número de casos. A água sempre foi apontada como a principal suspeita de fonte de infecção. Isso porque casos ocorreram em várias partes da cidade, de forma simultânea.

Na semana passada, o ministro da Saúde, Gilberto Occhi, havia afirmado que a contaminação era provocada pela água. Horas depois, no entanto, a pasta recuou. Em nota, informou que essa apenas era uma hipótese.


Siga a IstoÉ no Google News e receba alertas sobre as principais notícias