A Polícia Civil realizou na manhã desta segunda-feira, 29, a Operação Cantina, que cumpriu 102 ordens judiciais contra uma organização criminosa que praticava extorsões por meio do golpe dos nudes. O grupo atuava em 12 estados brasileiros. Ocorreram prisões em 11 cidades do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina.

O caso:

  • De acordo com a Polícia Civil do Rio Grande do Sul, 31 pessoas foram presas. Além disso, cumpriu-se mandados de busca e apreensão e bloqueios de contas bancárias;
  • A Operação Cantina ocorreu simultaneamente no estado do Rio Grande do Sul, nas cidades de Porto Alegre, Canoas, Cachoeirinha, Gravataí, Alvorada, Viamão, Tramandaí e Imbé; e no estado de Santa Catarina, nos bairros Ingleses e Carianos, ambos localizados na cidade de Florianópolis;
  • As pessoas que foram vítimas do golpe são dos seguintes estados: Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo;
  • As investigações tiveram início há 11 meses, quando um homem foi detido em flagrante com uma pistola Taurus G2c, calibre 9mm, e um veículo Mercedes-Benz. “A partir dessa detenção, foi constatada a existência de uma organização criminosa muito bem estruturada, especializada no cometimento de delitos, como lavagem de dinheiro, tráfico de drogas, extorsões e corrupção de menores, com base nas zonas leste e sul da capital gaúcha e com ramificações no estado de Santa Catarina”, informou a PCRS;
  • Conforme as investigações, um dos líderes desse grupo esteve detido em um presídio de Porto Alegre, onde atuou como cantineiro e teria feito diversos contatos com outros criminosos. Assim que foi solto, passou a praticar o golpe dos nudes;
  • “O grupo entrava em contato com homens de classe média/alta por meio de perfis falsos de mulheres jovens, em redes sociais para obter fotografias das vítimas nuas. A partir de então, as lideranças iniciavam uma série de graves extorsões, passando-se inclusive por delegados de polícia do Rio Grande do Sul”, acrescentou a corporação;
  • Além disso, o grupo aliciava adolescentes sob ameaças para que eles enviassem fotografias, áudios e vídeo para obterem remuneração;
  • “A segunda etapa do esquema era a receptação do produto das extorsões por pessoas também aliciadas pela organização. Essas posteriormente pulverizavam o dinheiro entre laranjas, remunerados pelo grupo criminoso, até que o dinheiro voltasse para os responsáveis pelas extorsões”, explicou a Polícia Civil;
  • O dinheiro das extorsões eram usados pelos líderes da organização criminosa e seus familiares, que ostentavam diversos luxos. Uma outra parte era distribuída para integrantes presos, que usavam essa quantia para obter regalias nas cantinas dos presídios.