O Tribunal de Júri de Camaquã (RS) decidiu absolver Elizamar de Moura Alves, acusada de sedar e incinerar o marido Erni Pereira da Cunha, em Dom Feliciano (RS).

Presa preventivamente, Elizamar foi acusada de homicídio duplamente qualificado, ocultação de cadáver e falsidade ideológica. Após a sentença proferida na quarta-feira (27), o juiz expediu o alvará de soltura dela.

O crime aconteceu em 15 de fevereiro do ano passado, em Dom Feliciano, onde o casal morava. De acordo com o Ministério Público, Elizamar diluiu dois comprimidos do medicamento Diazepam no suco de laranja dele. Desacordado, o homem foi colocado dentro da fornalha que fica na estufa de fumo da família. O corpo ficou queimando no local durante três dias.

Durante o julgamento, os advogados de Elizamar defenderam a absolvição dela. A defesa argumentou que a mulher era vítima de violência doméstica e que agiu em legítima defesa da própria vida e de seus filhos.

Em plenário, foram ouvidas três testemunhas de acusação e três de defesa. Ainda cabe recurso da decisão.

Relembre o caso

Em depoimento à polícia, Elizamar admitiu ter arremessado o marido em uma fornalha usada para secar fumo. Antes disso, ela teria dopado o produtor rural com sedativo. O corpo do homem teria sido queimado durante três dias. A mulher alega que era vítima de violência doméstica.

O casal estava junto havia 21 anos e tinha dois filhos, um de 20 e uma de 16 anos. “Ela relatou que foi agredida e ameaçada durantes esses 20 anos, e que recentemente o homem teria ameaçado agredir também os filhos, o que ela disse que não admitiria. Por isso, afirmou que cometeu o crime”, informou a delegada Vivian Duarte.

De acordo com Vivian, os filhos confirmaram que a mãe era agredida.