A Justiça do Rio Grande do Sul aceitou nesta semana uma denúncia contra 10 pessoas envolvidas na venda de carne de cavalo para bares e restaurantes de Caxias do Sul (RS). De acordo com o Ministério Público, os suspeitos são acusados de organização criminosa; por entregar para consumo substância alimentícia ou produto falsificado, corrompido ou adulterado; por induzir o consumidor a erro e por ter em depósito, para vender ou entregar, mercadoria em condições impróprias ao consumo.

“Os elementos de prova colhidos no curso da investigação apontam para prática reiterada do delito de adulteração ou alteração de substância ou produtos alimentícios de forma organizada, com o fornecimento de carne abatidas irregularmente a restaurantes desta cidade, colocando em risco a segurança alimentar da população, o que evidencia ser indispensável à ordem pública e da própria investigação a decretação da prisão preventiva dos investigados”, escreveu a juíza Maria Cristina Rech, da 4ª Vara Criminal do Foro da Comarca de Caxias do Sul.

Agora os denunciados serão citados e as defesas irão apresentar resposta à acusação. Todos seguem presos.

Relembre o caso

No último dia 18, uma operação do Ministério Público prendeu seis pessoas, acusadas de vender carne de cavalos abatidos clandestinamente. De acordo com o MPRS, o grupo passou a ser investigado há cerca de dois meses, após uma denúncia da Inspetoria de Defesa Agropecuária de Caxias do Sul.

O órgão relatou ao MPRS a existência de abate clandestino de cavalos, com posterior trituração da carne, para venda a restaurantes, em Caxias do Sul (RS) e região. O grupo também usava restos de comidas dos restaurante para alimentar suínos.

Conforme o Ministério Público, além do grupo não possuir autorização para o abate e comercialização de nenhum tipo de carne, os locais onde a mesma era processada apresentava péssimas condições de higiene e sanitização.

As escutas apontam ainda a utilização de carne estragada, lavada para tirar o odor e misturada a outras na confecção dos hambúrgueres. Há indícios, ainda, de que alguns dos animais abatidos pelo grupo seriam subtraídos de carroceiros, sendo que os próprios carroceiros estariam furtando os cavalos uns dos outros para fornecer ao abate para o grupo criminoso.