‘Cacho’ de cobras-verde é registrado no Sul; entenda o fenômeno da agregação reprodutiva

O sulista Telmo Santos acabou colaborando para uma descoberta inédita ao registrar um “cacho” de cobras-verde pendurado em um galho de mexerica, em Santo Antônio da Patrulha (RS). Após publicar o fenômeno em um grupo do Facebook, em abril de 2021, o registro serviu para embasar uma nota científica, que foi publicada na revista Herpetological Review, um periódico sobre biologia das serpentes. As informações são do G1.
A bióloga especialista em répteis Karina Banci, e uma das autoras da nota científica, explicou que “o fenômeno registrado é chamado cientificamente de agregação reprodutiva. Ocorre justamente no período reprodutivo e o objetivo é o sucesso da reprodução da espécie por meio da cópula”.
“As fêmeas secretam pela pele hormônios sexuais chamados feromônios. Por meio do olfato, os machos são atraídos até a fêmea. Conseguindo, inclusive, seguir as trilhas de feromônios que as fêmeas vão deixando por onde passam. Eventualmente muitos machos são atraídos ao mesmo tempo por uma fêmea só, o que faz com que eles se agreguem em volta dela, tentando copular”, completou.
Fenômeno inédito para a espécie
A bióloga Silara Batista, que trabalhou junto com Karina na nota científica, informou que esse foi o primeiro registro de agregação reprodutiva de cobras-verde (da espécie Philodryas olfersii) no Brasil.
“Apesar da riqueza de serpentes no país, há relatos de agregação reprodutiva em poucas espécies, como a sucuri, a coral-verdadeira e, agora, na cobra-verde – descrita nesse trabalho”, disse Silara.
A pesquisadora também afirmou que, “ao promover uma agregação de machos em volta de si, a fêmea induz, indiretamente, uma seleção sexual. De acordo com a teoria, ela escolhe machos com maior ‘fitness’ reprodutivo, ou seja, indivíduos maiores, mais vistosos e mais saudáveis”.
“O benefício para a espécie é que as fêmeas irão produzir filhotes de machos que têm maior probabilidade genética de gerar filhotes saudáveis e adultos com sucesso reprodutivo”, completou.
Ajuda cidadã
A pesquisadora Karina relatou que a curiosidade de Telmo Santos em registrar e divulgar o fenômeno foi fundamental para que a nota científica fosse produzida.
“Muitos dos registros de história natural de serpentes são feitos a partir de fotos ou vídeos gravados por cidadãos comuns. Infelizmente, nem sempre essas pessoas têm interesse ou acesso a um cientista que possa informá-las e orientá-las corretamente. Contudo, quando isso acontece, eventos interessantes e fundamentais para o estudo da fauna são realizados, como neste caso”, concluiu.
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