A BB Seguridade, holding que concentra negócios de seguros do Banco do Brasil, espera atingir do ponto médio para o teto do seus guidances de desempenho neste ano, de acordo com o presidente da companhia, Bernardo Rothe. “Mudamos os guidances por um conjunto de fatores. Dado que a performance de atingir guidance nos últimos anos não foi muito boa. Não queríamos ter erro e fizemos guidance conservador no início do ano”, explicou o executivo, em teleconferência com a imprensa, na manhã desta quarta-feira, 7.

A BB Seguridade espera que seu lucro líquido ajustado cresça de 8,0% a 13,0% neste ano frente a 2018 e não mais de 5,0% a 10,0%. Os prêmios emitidos da Brasilseg (proforma, ex-DPVAT) devem crescer de 10,0% a 15,0% e não mais de 7,0% a 12,0%. Já as reservas de previdência (PGBL e VGBL) devem aumentar de 9,0% a 12,0% e não mais de 7,0% a 10,0%.

Do lado positivo para a revisão, o presidente da BB Seguridade citou melhor resultado operacional e ainda a manutenção da alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). Sobre pontos negativos para o guidance, ele mencionou a queda dos juros básicos do País, a Selic, maior que o esperado e o reflexo da venda da participação no ressegurador IRB Brasil Re, sendo que ambos já foram considerados.

“Não dá mais tempo de aumentar a alíquota da CSLL neste ano por conta da exigência de noventena. Se acontecer, será no último mês do semestre. Deve ficar para o ano que vem. Pela reforma da Previdência, não há aumento da CSLL para seguradoras”, explicou Rothe.

O executivo afirmou que não se sabe se a reforma Tributária trará alguma elevação da CSLL para seguradoras e que há vários projetos em tramitação que preveem aumento do tributo para todas as instituições financeiras.

A Coluna do Broadcast antecipou, no dia 17 de julho, que a BB Seguridade poderia rever seus guidances para cima e que dentre os fatores positivos estariam a manutenção da CSLL neste ano e a não incidência do aumento 15% para 20% para as seguradoras. Isso porque, quando divulgou suas projeções de desempenho para 2019, a companhia já havia sinalizado que considerava em seus cálculos CSLL de 20% neste ano. Sem o aumento, sobrou espaço para melhora dos guidances.

Previdência

Rothe afirmou que a reforma da Previdência terá impacto na iniciativa privada no médio e longo prazos a despeito de o sistema de capitalização não ter passado. A evidência do tema por conta da análise por parte da Câmara e do Senado, conforme ele, ajuda nas vendas de planos de previdência privada uma vez que ajuda as pessoas a pensarem no futuro.

No segundo trimestre, a BB Seguridade informou que a sua subsidiária que atua no setor de previdência, a Brasilprev, apresentou incremento de 36,0% em contribuições de previdência e de 186,9% em captação líquida ante um ano. “A reforma da Previdência pode justificar a forte arrecadação no segundo trimestre”, disse Rothe, em teleconferência com a imprensa, nesta manhã.

Apesar disso, ele explicou que é muito difícil apurar o crescimento de aportes por conta da reforma da Previdência, mas que o assunto em evidência é positivo. O efeito imediato, conforme ele, é mais na conscientização das pessoas em relação à aposentadoria futura. “Não tem efeito imediato. Até porque nada mudou ainda. Mas a discussão da reforma da Previdência cria ambiente de alta exposição do assunto e isso ajuda o processo de venda, sem dúvida nenhuma”, concluiu Rothe.