SÃO PAULO, 23 MAR (ANSA) – Por Luciana Ribeiro – Uma das figuras mais icônicas da humanidade, Leonardo da Vinci (1452-1519) está sob os holofotes em 2019, quando se celebra os 500 anos de sua morte. Seu fascínio e mistério, traduzidos em belas obras de arte, podem ser encontrados em diversas cidades que ficaram marcadas pela genialidade do artista.   

De Anchiano, uma pequena aldeia perto de Vinci, passando por Florença, Milão, Parma, Veneza e Roma, até o Vale do Loire, na França, onde a vida do gênio chegou ao fim, conheça os lugares que transformaram Leonardo em um artista imortal.   

Cidade natal – Leonardo nasceu em 15 de abril de 1452, em uma casa de campo simples em Anchiano, a poucos quilômetros do vilarejo de Vinci, na Toscana. Em uma paisagem rica em vinhedos e oliveiras, o aspirante passou sua infância e juventude estudando e descobrindo as bases para iniciar a carreira artística.   

A residência é considerada uma de suas fontes de inspiração e, em 1952, foi transformada em um museu, que hoje abriga uma exposição interativa com um holograma em tamanho real de Leonardo e histórias da relação do artista com sua terra e família.   

Vinci – A segunda parada pela vida de Leonardo é Vinci. Entre os lugares que testemunharam a presença do artista está a Igreja de Santa Croce, que preserva a pia batismal onde ele teria recebido o primeiro sacramento, em 1452. Uma placa pelos 500 anos da morte de Leonardo cita as palavras que seu avô Antonio Da Vinci usou em seu registro.   

No entanto, para encontrar a mais antiga coleção de obras do artista é preciso visitar o Museu Leonardo da Vinci, que abriga documentação sobre o trabalho técnico e científico do gênio e uma exposição original dedicada a seus estudos sobre o corpo. Outro local importante para ficar mais próximo da vida de Leonardo é a Biblioteca Leonardiana, um centro de arquivos internacionais que preserva mais de 13 mil peças, incluindo reproduções de manuscritos, desenhos e impressos do grande nome renascentista.   

Florença – A capital do Renascimento é uma das cidades mais identificadas com a obra de Leonardo. Entre idas e vindas, foi em 1481 que ele ficou encarregado de pintar um painel na igreja dos frades de São Donato em Scopeto, mas a obra “Adoração dos Magos” ficou inacabada devido à transferência do gênio para Milão.   

Em Florença, o jovem Leonardo se formou como artista na oficina do pintor Andrea del Verrocchio. Mais de 500 anos depois, a cidade celebra o gênio com a exposição de um de seus mais famosos manuscritos, o Codex Leicester.   

As Gallerie degli Uffizi serão palco da exposição “O Codex Leicester de Leonardo da Vinci: a água, microscópio da natureza”. No livro de 72 páginas e 360 ilustrações e desenhos, elaborado entre 1506 e 1508, Leonardo reúne boa parte de seu conhecimento científico.   

Graças a um recurso multimídia, o Codescope, é possível consultar 36 folhas do documento e a sabedoria do grande mestre, que também foi arquiteto, botânico, cientista, escritor, poeta, escultor, filósofo, engenheiro, inventor, músico e urbanista.   

Ainda nos Uffizi, a sala imperdível é a 35, onde há três obras antigas do gênio: o “Batismo de Cristo” (1470-1475), pintado junto com Verrocchio; a “Anunciação” (1472); e a “Adoração dos Magos” (1481).   

Quem pretende conhecer os passos, as obras e os segredos do mestre também pode visitar o Museu Leonardo da Vinci, que explora as máquinas construídas a partir dos desenhos de Leonardo, reproduções de suas pinturas mais famosas e mapeamento em vídeo de estudos anatômicos Já o Palazzo Strozzi montou uma exposição dedicada a Verrocchio, mestre de Leonardo, que inclui a “Virgem com o Menino Sorridente”, supostamente a única escultura ainda inteira feita pelo gênio. O Palazzo Vecchio, por sua vez, apresentará o Codex Atlanticus, uma coleção de documentos do artista constituída por 12 volumes e 1.119 páginas. (Continua)