Estúdios de Hollywood se reunirão com os roteiristas para discutir a retomada das negociações pela primeira vez desde que esses profissionais entraram em greve há quase 100 dias.

O sindicato de roteiristas dos Estados Unidos (WGA) deixou a mesa de negociações em 2 de maio, em meio a discussões sobre remuneração e a ameaça da inteligência artificial (IA), paralisando assim a produção de filmes e séries no país.

Ainda maior, o sindicato de atores (SAG-AFTRA) juntou-se aos piquetes dos roteiristas no mês passado, em uma medida de pressão para retomar as conversas. Estrelas como Sean Penn e Lucy Liu seguraram cartazes em frente a estúdios como Disney e Netflix.

Os estúdios “entraram em contato com o WGA hoje e pediram uma reunião para esta sexta-feira para discutir as negociações”, disse o sindicato em um e-mail enviado aos seus membros na noite de terça-feira.

A primeira greve dupla de roteiristas e atores em seis décadas paralisou todas as produções, cancelou a agenda de tapetes vermelhos e forçou o adiamento da premiação do Emmy.

A cada dia que passa, a paralisação está custando milhões de dólares à indústria do entretenimento e à economia da Califórnia, o epicentro do setor nos EUA.

Os roteiristas querem melhores salários e maior participação nesta era do streaming, enquanto os estúdios alegam que precisam reduzir seus gastos devido a pressões econômicas.

A contratação de menos roteiristas para programas de televisão e por menos tempo, e a recusa dos estúdios em estabelecer por escrito que seus trabalhos estão protegidos em meio à expansão da IA são outros pontos de desacordo.

Por sua vez, os atores continuam em conflito com os estúdios, representados nas negociações pela Aliança de Produtores de Cinema e Televisão (AMPTP).

“Não ouvimos da AMPTP desde 12 de julho, quando nos disseram que não estavam dispostos a negociar por algum tempo”, afirmou o chefe de negociações do SAG-AFTRA, Duncan Crabtree-Ireland, ao Deadline nesta quarta-feira.

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