O presidente da distrital do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) em Boston, Eric Rosengren, sinalizou a disposição de manter os juros básicos inalterados na próxima reunião da instituição, em novembro, e aguardar até o encontro de dezembro para ajustá-los para cima.

No encontro de setembro, Rosengren foi voto dissidente, por defender a alta dos juros na ocasião. A próxima reunião do Fed será em 1 e 2 de novembro, uma semana antes da eleição presidencial nos EUA.

Em entrevista ao The Wall Street Journal, Rosengren sugeriu que ficaria confortável em evitar agir pouco tempo antes da eleição e aguardar até o fim do ano.

“Não acho que eleições e política deverão ter um papel significativo”, comentou Rosengren. “Dito isso, o adiamento de uma reunião não faz diferença num modelo econométrico. Agora, se começarmos a aguardar por trimestres, isso vai começar a fazer diferença econômica.”

A última reunião do Fed neste ano está marcada para 13 e 14 de dezembro.

Contratos futuros negociados no CME Group indicam chances de apenas 8% de que o Fed eleve juros em novembro e probabilidade de 70% de que haja um aumento de 0,25 ponto porcentual em dezembro. “Essa é provavelmente uma aposta razoável”, disse Rosengren.

Embora a política não tenha sido incluída em seu raciocínio sobre juros, Rosengren disse que eventuais surpresas nas eleições podem afetar a perspectiva econômica, algo que o Fed teria de levar em consideração antes de agir.

Em setembro, Rosengren foi uma de três autoridades do Fed que defenderam a elevação de juros. Outros sete dirigentes votaram pela manutenção dos juros.

Na entrevista ao WSJ, Rosengren também previu que a inflação nos EUA deverá alcançar a meta de 2% do Fed “relativamente” logo e que a taxa de desemprego poderá ficar abaixo de 4,7%, após manter-se próxima de 5% ao longo de 2016.

Rosengren sugeriu ainda que o Fed altere seu portfólio de ativos, trocando títulos de longo prazo por papéis de curto prazo, de forma a forçar a inclinação da curva de juros. Fonte: Dow Jones Newswires.