Não importa o seu sentimento pela protagonista: você não vai conseguir desgrudar os olhos de “Eu me Importo”, estreia da Netflix. Com a atuação magistral de Rosamund Pike, indicada ao Globo de Ouro, o filme conta a história de Marla Grayson, uma golpista que interna à força velhinhos solitários em asilos para “administrar” seus bens. O plano vai bem até ela aplicar o golpe na pessoa errada – contar mais que isso seria tirar o prazer das sucessivas surpresas do filme. Não é a primeira vez que o talento de Rosamund chama a atenção do público.

Em 2014, ela já havia recebido elogios por seu trabalho em “Garota Exemplar”, ao lado de Ben Affleck. O elenco tem ainda Peter Linkage (o Tyrion Lannister, de “Game of Thrones”) e Dianne Wiest. O filme é escrito e dirigido por J. Blakeson (“O Desaparecimento de Alice Creed” e “5ª Onda”) e foi inspirado em um caso real que ele leu no jornal. “Fiquei horrorizado e me lembrei de “O Processo” , de Kafka. Imagine abrir a porta de casa e descobrir que uma estranha tem poder total sobre a sua vida”, diz o diretor. “Me interessei imediatamente em explorar o tema” O filme mostra como o capitalismo pode ser facilmente corrompido dentro de suas próprias regras. “Há dois tipos de pessoas no mundo: os predadores e as presas, os que pegam o que querem e as que perdem tudo”, avisa Marla, logo no início do filme. Por que assistir a uma mulher fria, sem escrúpulos e totalmente imoral? Porque é isso que torna o cinema fascinante: ele também é feito de grandes vilões.